Termostato Financeiro

Dalton Ferreira*

Já observou que temos diversos condicionamentos? A metáfora do termostato financeiro nos ajuda a compreender o que se passa na nossa relação com as finanças. Se você trouxer a consciência seu termostato (número) financeiro, você identifica seu condicionamento e como seu inconsciente está programado nas questões financeiras. Muitas vezes, estamos acostumados a um padrão de vida e quando temos uma melhora em nossas receitas, não necessariamente sobra mais dinheiro ao fim do mês, não é mesmo? Se recorda de alguma promoção ou ganho inesperado que você tenha recebido e quando se deu conta, a situação financeira permaneceu a mesma ou até piorou?

Isso ocorre, porque nos ajustamos a um número, assim como um termostato. Quando você programa o ar-condicionado para manter uma determinada temperatura, ele ajusta automaticamente de acordo com a variação climática do ambiente.

Com as finanças é a mesma coisa. Se estamos acostumados a viver com, por exemplo, R$5.000,00 mensais e de repente passamos a receber o dobro, se nosso termostato estiver ajustado ainda para os R$5.000,00, passamos a atrair gastos extras, ou perdemos o emprego, ou algum cliente cancela um contrato importante. Surgem problemas no carro, no apartamento, dentre outras coisas.

Muitas vezes, esse condicionamento está amarrado ao sentido de merecimento. O que leva a você cometer autossabotagem. Às vezes não considera justo ganhar mais do que seus pais ganharam, ou alimenta a crença que basta o necessário, ou acredita que para você ganhar mais é porque alguém está perdendo. Outra crença muito comum quando se trata de finanças é de que o dinheiro é sujo. Só que muitas dessas crenças estão no seu inconsciente, ou seja, fora da sua percepção. Para perceber isso, basta observar como tem sido sua vida financeira. Você financeiramente vive como uma montanha russa, com altos e baixos constantes? Quais resultados você tem conseguido?

Se nossa programação mental estiver ajustada para interpretações e significados negativos quanto a dinheiro, nossos pensamentos, emoções, ações e resultados serão determinados por essa programação. O primeiro passo para resolver isso é trazer a consciência quais são esses pensamentos para depois poder ressignifica-las, ou seja, dar uma nova interpretação e significado para a forma como você lida com o dinheiro.

Essas crenças ou paradigmas financeiros vêm desde nossa infância, quando ouvíamos frases sobre dinheiro de nossos pais ou pessoas importantes para nós com um juízo de valor. Pode ter sido criada também por experiências negativas com o dinheiro que tenha gerado um forte impacto emocional. A partir dali, passamos de forma consciente ou não a atribuir significados sobre dinheiro.

O contrário também ocorre. Pessoas que de uma hora para outra perdem tudo e em pouco tempo se recuperam e até melhoram seus ganhos financeiros e patrimônio. Costumamos rotular essas pessoas como Midas, onde tudo que tocam se transforma em ouro.

A metáfora do termostato serve para outros campos da vida também, como na área de relacionamentos. Já percebeu que para alguns casais, quando as coisas parecem estar tudo bem, logo surge algum problema e voltam a brigar?

Você percebe o termostato agindo em seu peso, por exemplo, você se esforça e emagrece 5kg depois de 2 meses dando duro e de repente em um piscar de olhos, recupera os 5kg e ainda ganha mais um quilo extra.

Em resumo, se não ajustarmos o "termostato mental", não vamos abrir a porta para novas conquistas e se conseguirmos alcançar mais do que está programado em nosso termostato, daremos um jeito de perder o que conquistamos de alguma forma.

Não adianta ajustarmos o nosso mundo externo sem antes fazermos esse ajuste em nosso mundo interno, ou seja, em nossas programações. O que está na hora de ajustar dentro de você para que suas ações possam realmente levá-lo a materialização do que quer sem sabotagem? Lembre-se sempre de verificar o que configurou no seu termostato...

Baseado no livro Transformando dinheiro em liberdade - Como alcançar sua autonomia e independência pessoal do autor. Contato: [email protected]