Aristóteles

Por Dom José Francisco - Foto: Thiago Maia/ Divulgação

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Dom José Francisco*

A autoridade de Aristóteles sobre os mais variados assuntos era tão grande, que Dante o chamava de "o mestre daqueles que sabem". Ele influenciou de Tomás de Aquino, na filosofia católica, a Averróis no pensamento islâmico. A busca de um rigor implacável para categorizar tudo teve um impacto enorme no pensamento científico. Não seria demais dizer que seu modo lógico e racional de enxergar a realidade faz parte da essência da civilização ocidental.

Aristóteles era um filósofo "mão na massa": ele se interessava pelo mundo tal qual é percebido pelos cinco sentidos, daí que sua mente fulgurante e analítica desmantelava todas as coisas até as mínimas partes integrantes.

Entre seus livros mais famosos, sem dúvida, a Ética a Nicômano, seu filho, é a mais citada e conhecida, justamente, por incluir o conceito de "Eudaimonia" (traduzido por felicidade).

Aristóteles foi o pai das definições exatas, a que ele chamava de causa final: se tudo na natureza é construído com um determinado fim, qual seria a finalidade específica dos seres humanos? Não basta crescer, isso uma árvore também faz.

O que é único para nós é a capacidade de agir segundo nossa razão. Uma pessoa consiste nas virtudes que cultiva e nas escolhas que faz. Aristóteles chamava a isso de função. O sucesso depende do aprimoramento da função.

Felicidade e escolhas: existe algo mais atual?

Para termos uma vida plena, precisamos combinar ação e virtude, refinando constantemente a percepção que temos de nós. Nesse sentido, nosso melhor parceiro é o tempo: só ele nos mostra qual sentido tomar.

Seria interessante se as pessoas e governos estivessem preocupados com a "felicidade interna", que pouco tem a ver com resultados econômicos. Mas, talvez essa ideia tenha de esperar por uma nova recriação do mundo.