Um dos grandes problemas que enfrentamos na vida financeira são consequências do relacionamento que desenvolvemos com o dinheiro, geralmente aprendidos desde a infância. Infelizmente não temos educação financeira nas escolas, então os modelos vêm de nossos pais, ou de alguém que representou grande autoridade sobre nós.
É preciso lembrar que os nossos pais também não aprenderam sobre finanças pessoais e foram agindo de acordo com as experiências de vida. Eles fizeram o melhor que podiam para nos educar a partir do que viveram. No entanto, hoje, felizmente, temos mais acesso a informações e a ferramentas que permitem a identificação de padrões e, consequentemente, a possibilidade de mudança dos mesmos.
Para demonstrar o que estou falando, te convido para uma viagem no tempo. Responda com sinceridade, o que você ouvia sobre dinheiro na infância? Algumas dessas frases: "dinheiro não traz felicidade", "dinheiro foi feito para se gastar", "dinheiro não nasce em árvore", "guarde dinheiro para os tempos difíceis", "é mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus", "acha que meu dinheiro é capim", "o dinheiro é sujo", "é melhor ser pobre e honesto que rico e desonesto".
Esses são alguns dos paradigmas construídos em relação ao dinheiro. Muitas dessas frases ou pensamentos estão dentro de nós, às vezes de forma invisível, mas governando nossos comportamentos e determinando nossas ações. Se tivermos esses condicionamentos será muito difícil prosperar. Pare e reflita, quando aparece algum dinheiro novo, acontece alguma coisa que o faz gastar justamente essa quantia inesperada?
O primeiro passo para fazer as pazes com dinheiro é trazer a consciência nossos paradigmas financeiros. Além do que você ouvia, quais foram as experiências que você teve na infância em relação a dinheiro? Quais as recordações mais marcantes você traz? O que você sentia quando o assunto era dinheiro? Quem foi seu modelo financeiro?
Pergunto muito sobre a infância, pois é o momento em que começamos a nos relacionar com o mundo e ainda não temos desenvolvido nosso cérebro "racional" que nos faz refletir e raciocinar em cima dos aprendizados vividos. Costumamos a acreditar como verdade absoluta sobre aquilo que nos é passado.
Após identificado nossos padrões mentais, segundo T Harv Eker, autor do livro "Segredos da mente milionária", precisamos dar o próximo passo, que é a compreensão. Escreva como essas frases e experiências vêm afetando sua vida hoje? Costumamos seguir um padrão aprendido ou ir totalmente contrário a ele, caso tenha nos trazido algo que interpretamos como sofrimento. Pare agora e perceba: você age da mesma forma de quem ou extremamente contrária a quem?
Após esse entendimento, o terceiro passo é se dissociar, ou seja, perceber que esses condicionamentos são seu aprendizado passado transferido por alguém e não são você. Costumo usar a metáfora que somos o céu. As nuvens são nossos comportamentos, pensamentos, crenças, experiências e aprendizados, mas não somos nós. Só que muitas vezes nos identificamos com a nuvens.
O quarto e último passo é recondicionamento é mudar nossos pensamentos e significados quanto a dinheiro. Uma das formas é repetir algumas frases positivas em relação à dinheiro várias vezes ao dia, para impregnar nosso cérebro com novas informações. Importante que sejam frases escritas por você e que ao repeti-las você se sinta confortável.
Seguem alguns exemplos de frases que você pode utilizar, caso se sinta confortável: "eu sou grato por todo dinheiro que tenho", "minha capacidade de manter, fazer e multiplicar dinheiro cresce dia a dia", "sou um excelente receptor e doador de dinheiro", "a partir de agora eu sempre me pago primeiro", "o dinheiro é uma ferramenta que me permite ajudar os outros"…
Não esqueça do mais importante: dinheiro é um meio. Ele não é bom nem mal, ele potencializa quem nós somos. Podemos utilizá-lo para ajudar pessoas ou instituições, para dar oportunidades a aqueles que precisam. Faça as pazes com o dinheiro e o torne seu amigo, não seu chefe.
Abraços e até a próxima!
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*Dalton Ferreira é bacharel em Ciências Sociais e mestre em Coaching Pessoal e Liderança Organizacional
Faça as pazes com o dinheiro
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