Todos nós, quando nascemos, possuímos uma membrana que fica na parte inferior da língua que é chamada de frênulo lingual ou freio da língua. Em alguns casos, essa membrana pode se apresentar mais curta, mais espessa e até mesmo estar fixada mais próximo da gengiva ou da ponta da língua, e desta forma poderá reduzir os movimentos da língua. Esta condição é denominada anquiloglossia, mas popularmente é conhecida como "língua presa". Isto não é uma doença, é uma alteração anatômica que alguns bebês apresentam ao nascer, mas que pode passar desapercebido. Devido a essa variedade de alterações anatômicas, a "língua presa" pode apresentar diferentes tipos de impacto nas funções realizadas pela língua.
O Ministério da Saúde do Brasil elaborou uma lei em 2014 determinando que o exame da língua seja realizado logo após o nascimento, assim como são os testes do olhinho, do coraçãozinho e o da orelhinha. Tudo isto para que haja o diagnóstico e o tratamento para liberar a língua porque seus movimentos são importantes durante a amamentação.
Durante o aleitamento materno, o bebê com "língua presa" pode apresentar dificuldades em manter a pega, ficar mais irritado, apresentar sinais de cansaço e sonolência, estalos de língua, intervalos curtos entre as mamadas, extrair pouco leite da mama, e desta forma o bebê pode evoluir com baixo ganho de peso e atraso no seu desenvolvimento.
A mãe cujo bebê nasceu com anquiloglossia costuma queixar-se, também, de dor intensa ao amamentar e apresentar sangramentos e fissuras nos mamilos. Além de prejuízos na amamentação, com o seu desenvolvimento, o bebê pode ter dificuldades na fala, na respiração, na aceitação de novos alimentos, e, até mesmo alterações no crescimento craniofacial.
O exame realizado como triagem, no bebê, ainda na maternidade, é rápido, simples e indolor. O profissional de saúde irá fazer uma inspeção da cavidade bucal e através de uma manobra simples irá elevar a língua do seu bebê e, assim, verificar os aspectos do frênulo lingual. Também irá observar como a língua se comporta no momento do choro e amamentação (observe nas fotos o freio da língua e a língua presa do bebê).
O Fonoaudiólogo é o profissional responsável por avaliar não apenas os aspectos anatômicos da lingua, mas também a funcionalidade oral, identificando os possíveis impactos provocados pela "língua presa". Caso a alteração na língua seja diagnosticada, o bebê será encaminhado para profissionais habilitados que irão avaliar a necessidade de procedimentos para a liberação da língua, em geral cirurgião pediátrico, otorrinolaringologista ou odontopediatra.
No caso do exame, realizado pelo profissional de saúde, resultar suspeito ou duvidoso, o procedimento de liberação da língua somente ocorrerá após a identificação de impactos negativos na amamentação, observados durante a avaliação da sucção e da mamada. Esta nova etapa de avaliação dos casos suspeitos deverá ocorrer por volta dos 30 dias de vida, período no qual o aleitamento materno costuma estar melhor estabelecido, mas em caso de dificuldades na amamentação deve ser antecipada para que não ocorra um desmame precoce.
Será que meu bebê tem 'língua presa'?
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