Cartilha vai alertar contra o K9

Na audiência pública da Comissão de Prevenção ao Uso de Drogas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que foi realizada nesta quarta-feira (21), foi discutido o enfrentamento ao uso dos canabinóides sintéticos no estado. Presidida pelo deputado Danniel Librelon (REP), o colegiado recebeu a sugestão do Subsecretário de Cuidados Especiais da Casa Civil, Guilherme Bussinger, para a confecção de uma cartilha em parceria com as Forças de Segurança, Subsecretaria de Dependência Química do Estado, com o Ministério Público e Defensoria. O intuito seria alertar sobre os perigos da droga sintética conhecida como K9. "A nossa ideia é que essa cartilha seja rodada da Imprensa Oficial que é um parceiro do estado. Mas a intenção é fazer isso também em conjunto com a Alerj. Esse é um assunto de suma importância para a sociedade e o Governo do Estado está atento a esse problema", atentou. Librelon destacou a importância da Audiência Pública para a discussão sobre o tema, e disse que ficou preocupado ao acompanhar o avanço da K9 em São Paulo. "A ideia de promover esta audiência partiu de uma preocupação que temos externado há algum tempo a colegas Deputados, autoridades e todos que acompanham nosso mandato. Acho que todos aqui têm ciência da repercussão que o aumento do uso dessas substâncias tem gerado lá em São Paulo. Por isso, a gente precisa se antecipar ao problema e nada melhor do que fazer isso utilizando a prevenção. A sugestão da cartilha é um grande começo, por isso, colocamos à disposição esta Comissão para que juntos a gente consiga impedir que esta droga devastadora chegue às famílias no nosso estado", destacou. Márcio Pereira, Diretor do Departamento-Geral de Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil (PRPTC), enfatizou que a K9 começou a ser usada nos presídios paulistas e atualmente é usada em larga escala entre a população de Rua de São Paulo. "Aqui no Rio houve poucas apreensões da K9, no entanto, a droga já foi encontrada em presídios localizados em São Cristóvão, São Gonçalo e Magé", pontuou. De acordo com o Tenente-Coronel da Polícia Militar Carlos Eduardo Pimenta, coordenador do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), a temática do canabinoide sintético ainda é uma novidade para as forças de segurança. "Temos um grande desafio para identificar a droga porque são diversas formas de apresentação do K2,k4 e K9. Entretanto, fizemos uma busca em nossos bancos de dados e ainda não existe apreensão de canabinoide sintético. O nosso setor de inteligência também confirmou que essa droga de fato começa a ser circulada nos presídios, mas ainda não identificamos a comercialização pelo comércio ilegal de entorpecentes. Entendemos a importância do poder público numa junção de esforços para que possamos estar preparados para enfrentar este mal",salientou. Histórico Participando de forma remota, o médico Psiquiatra Marcelo Ribeiro de Araú, que é diretor técnico II do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas da Secretaria de Estado de São Paulo e coordenador do curso de especialização em Dependência Química do Hospital Israelita Albert Einstein apresentou um breve histórico sobre o surgimento dos canabinóides sintéticos, destacando o seu início na Europa nos anos 2000 e também a morte de 100 mil pessoas nos Estados Unidos e Canadá pelo uso de opioides. "A partir deste período (anos 200) o que era produzido de forma artesanal ganhou escala industrial, sendo fabricado na China e Índia sempre em laboratórios clandestinos. Com isso tivemos novos métodos de apresentação e também de vendas. É importante destacar que esses laboratórios começam a produzir moléculas que se pareçam com os grandes paradigmas de drogas que estamos acostumados", afirmou. O especialista atentou para o grande perigo do uso destas substâncias. "São muitas complicações clínicas agudas tais quais podemos citar, problemas ligados ao sistema nervoso, taquicardia, transtorno de pânico, quadros convulsivos, paranóia e alto grau de dependência", concluiu. Também participaram da reunião o deputado Rodrigo Amorim, deputado Márcio Pacheco, além da subsecretária de Prevenção a Dependência Química da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Marileia de Paula, além dos vereadores Allan Cruz de São João de Meriti, Ana Luz, vereadora de Queimados, Claudinei Siqueira de São Gonçalo e Rogério Amorim vereador do Rio. - Foto: Divulgação

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Na audiência pública da Comissão de Prevenção ao Uso de Drogas da Alerj que foi realizada nesta quarta (21), foi discutido o enfrentamento ao uso dos canabinóides sintéticos no estado. Presidida pelo deputado Danniel Librelon (REP), o colegiado recebeu a sugestão do Subsecretário de Cuidados Especiais da Casa Civil, Guilherme Bussinger, para a confecção de uma cartilha em parceria com as Forças de Segurança, Subsecretaria de Dependência Química do Estado, com o Ministério Público e Defensoria. O intuito seria alertar sobre os perigos da droga sintética conhecida como K9.