Um método para resolver problemas

Marcelo Felippe

O que é um problema? Ter um problema é bom ou ruim? O que fazer para resolvê-lo?

Algumas pessoas vão olhar para um problema como algo ruim que queremos evitar, outras já o perceberão como uma oportunidade de dar um passo além, de encontrar uma nova perspectiva, uma nova forma de atuar.

Independente da nossa forma de pensar, o problema, quando enfrentado verdadeiramente, tende a nos ajudar a aprender mais sobre alguma coisa, quando ignorado tende a ir crescendo e afetando a emoção das pessoas envolvidas. Com isso em mente, você pode não gostar de ter um, mas se aparecer na sua vida, busque resolver o mais rápido possível para que não fiquem consequências emocionais para os envolvidos.

Se você é um líder é bem provável que diariamente pessoas o procurem com problemas para serem resolvidos. Essas pessoas vão desde seus colaboradores, a seus superiores e clientes que ligam com algo que não está funcionado da forma como esperam. E como podemos lidar com isso?

Se, como líder, simplesmente pegarmos todos os problemas para resolver provavelmente não faremos muito mais coisas durante o dia do que resolvê-lo. E se, ao invés disso, usássemos um método simples para entendê-lo, dividi-lo em partes, distribuir tarefas para todos participarem da solução? E se ensinássemos nossos colaboradores a fazer o mesmo quando cair um problema em suas mãos?

Em meu livro "Transformando Gestores em Líderes - Ferramentas e Atitudes simples para uma liderança eficiente", compartilho um método de 10 passos, aqui vou compartilhar 4 desses passos que já vão ser muito úteis para você.

1) Definir o problema

O primeiro passo consiste em ter clareza de que tipo de problema temos. Para isso cabe fazer algumas perguntas prévias:

• O que é esse problema?

• Como sabemos que se trata disso?

• De onde surgiu?

Ter clareza do que estamos lidando é fundamental, pois muitas vezes um problema vem camuflado com outra cara. Um exemplo simples disso é um colaborador que gostava muito do que fazia e, de repente, começa a ficar insatisfeito e não entregar as coisas no nível que entregava. Talvez tenha acontecido algo que o tenha incomodado ou talvez ele queira ser demitido, pois surgiu uma oportunidade melhor e ele quer ser mandado embora ao invés de pedir demissão para receber todos os seus direitos. E como saber essa diferença? Para isso precisamos entrar no passo seguinte...

2) Estudar o problema

Não basta definir o problema, precisamos ter clareza dos seus sintomas e, principalmente, de suas raízes. Se você estiver com dor de cabeça e simplesmente tomar um remédio a cabeça para de doer hoje, mas semana que vem a dor volta. Por que isso acontece? Porque cuidou apenas do sintoma, mas não descobriu as causas. Para isso não acontecer na sua empresa e na sua vida, vale investir mais fazendo perguntas como:

• Quais os sintomas que apareceram?

• Como esses sintomas se manifestam? Em que circunstâncias? E que contextos?

• Quais são as prováveis causas?

• Como é o funcionamento desse problema? Se ele tivesse um fluxo de funcionamento, como seria?

Entender em profundidade é uma forma de garantir que as ações sejam mais efetivas e certeiras.

3) Propor soluções sem julgamento

Agora que já entende melhor a estrutura do problema, quais são as possíveis soluções? Neste item, se é um problema que surge na equipe, vale fazer uma reunião para levantar as sugestões de soluções após todos entenderem a estrutura do problema. O importante neste momento é que as possibilidades de solução sejam levantadas sem haver julgamentos, para que todos fiquem à vontade em participar para gerar suas melhores ideias.

4) Gerar escolhas conscientes

Esse é o momento de juntar as possíveis soluções que foram levantadas com os recursos disponíveis e necessários para definir o melhor caminho a seguir por todos, considerando o melhor custo / benefício. Quais os recursos que a equipe já tem que podem ser usados? Qual o possível caminho de menor resistência para resolver a questão?

Selecione um caminho, siga por ele e distribua as tarefas para quem mais estiver nesse desafio. Quando todos participam, mais cabeças temos para pensar na solução e para aplicá-la.

E se não der certo a solução escolhida?

Tire as lições disso, ajuste o que for necessário e coloque movimento na direção da solução.

Dessa forma, vamos trabalhando de forma estruturada, vamos aprendendo e todos os envolvidos crescem.

A escolha de resolver ou não é sempre individual. Só lembre que a consequência pode ser coletiva se você é um líder responsável por várias pessoas.

@marcelofelippecoach