Coletivo de Mulheres inscreve para encontro

Coletivo de Mulheres na Roda de Samba de Niterói reúne todos os setores - Foto: Anna Beatriz/Divulgação

Niterói
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O Coletivo de Mulheres na Roda de Samba de Niterói, criado por mulheres que trabalham no setor musical dentro do gênero, abre inscrições para o Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba. O evento, que acontece dia 12 de dezembro, é uma mobilização internacional que acontece uma vez ao ano.

Concentrando mulheres em todos os setores, que inclui desde produção, técnica, instrumentista, cantora, fotógrafa entre outros áreas de trabalho que ficam nos bastidores, o coletivo foi criado pela produtora e jornalista Camille Siston, que também é responsável pela produção do Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba. Após três anos coordenando o evento, este ano ela decidiu fazer a produção nacional e local, inserindo Niterói no mapa.

"Sempre quis trazer para Niterói o evento. Muitas pessoas me cobravam, mas eu não ia conseguir produzir um evento deste porte e coordenar todas as outras cidades. No ano passado, em 2019, conseguimos entrar ao vivo em 25 cidades, sendo 19 estados e mais 3 países. E este ano, devido a pandemia, consegui concentrar meus trabalhos sem sair de casa, o que contribuiu para que eu pudesse fazer esse movimento na cidade", explica Camille, que além de produtora é pesquisadora da UFF e faz uma pesquisa de mestrado sobre a invisibilidade da mulher no samba.

A proposta do coletivo é criar um núcleo de referência feminina e abrir portas para a nova geração. O primeiro passo para a formação do coletivo foi a criação de um grupo de WhatsApp, e não demorou muito para concentrar ali nomes que são referências no samba da cidade, como Mônica Mac, Andrea Beat, Adriana Dutra, Fabíola Machado, Maria Menezes e Jack Rocha.

A direção musical está a cargo da violonista Bárbara Fernandes, multi-instrumentista, compositora
e professora, que trabalha com música desde 2001 quando começou a atuar na cena niteroiense em grupos de formação feminina, com destaque para Madame
Sete, Só Delas, Zabatê e
Sambariah.

Atualmente é violonista no grupo Samba que elas Querem e Sambariah. Em todas as cidades, o lugar mais difícil de se ver mulher é na harmonia (violão e cavaco), e em Niterói a realidade não foi diferente.
Bárbara é a única instrumentista que toca violão com experiência no samba, e por isso aceitou o desafio de fazer a direção musical da primeira apresentação do Coletivo.

Jack Rocha é cantora do coletivo Moça Prosa, um projeto que acontece há sete anos no Rio, iniciou na Pedra do Sal e logo em seguida mudou-se para o Largo da Prainha, na Gamboa. Para Jack, o coletivo de mulheres na roda de Niterói é de máxima importância para fomentar outras mulheres artistas da cidade. 

"Nós sempre existimos. Mas quando existe um coletivo, essa voz se transforma e cria outras frentes. Nossos passos vêm de longe e estamos cada vez mais organizadas para garantir isso dentro de Niterói. A roda de samba e outras expressões artísticas, além de ser uma forma social de vida, potencializa outras mulheres a acreditarem na sua musicalidade", enfatiza a cantora.

Como se inscrever - A proposta do Coletivo de Mulheres na Roda de Samba é fazer um núcleo de união, representatividade e inclusão. Para fazer parte do coletivo, basta fazer o cadastro no site www.mulheresnarodadesamba.com.br, que foi desenvolvido pela publicitária Julia Sinder.