Artista niteroiense Antônio Parreiras é homenageado pela Funarte

Óleo sobre tela de Antônio Parreiras - Foto: Divulgação/ MASP

Niterói
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A Fundação Nacional de Artes (Funarte) homenageia o artista Antônio Parreiras, na data de seu nascimento, 20 de janeiro. Considerado um dos maiores pintores brasileiros do final do século XIX e das primeiras décadas do século XX, o também desenhista e professor de artes nasceu em Niterói (RJ) em 1860, falecendo em 1937. Ao longo de sua carreira, produziu 850 pinturas, das quais 720 no Brasil.

Sua casa-ateliê, localizada no bairro do Ingá, em Niterói, deu lugar ao Museu Antônio Parreiras (MAP), em 1942, tornando-se o primeiro museu de arte do Estado do Rio de Janeiro e o primeiro, no Brasil, dedicado à memória de um artista. O MAP pertence à Secretaria de Estado de Cultura/Funarj e guarda um conjunto significativo de obras do próprio Antônio Parreiras e de outros artistas contemporâneos a ele. 

Atualmente o MAP encontra-se fechado à visitação, passando por obras de restauração e requalificação. Enquanto não é reaberto, permanece ativo através da conservação de seus acervos, da cessão de imagens e obras para exposições em outros espaços e no atendimento a pesquisadores (agendamento por e-mail [email protected]).

Sobre o artista
Antonio Diogo da Silva Parreiras iniciou seus estudos artísticos na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1883, como aluno do artista alemão Georg Grimm. Em 1884, abandonou a Academia, acompanhando seu mestre e um grupo de discípulos para formarem o Grupo Grimm, marco da pintura de paisagem na arte brasileira.

Sua carreira começou com uma série de excursões a praias e florestas virgens de diversos estados do país, experiência que serviu de imersão para a realização de suas pinturas, até a primeira de muitas viagens de estudos que faria à Europa, a partir de 1888. Foi no estabelecimento fotográfico do português Joaquim Insley Pacheco, um dos mais importantes retratistas do século XIX no Brasil e fotógrafo da Casa Imperial, que Parreiras realizou a sua primeira grande mostra, em 27 de maio de 1886 (O Paiz, 28 de maio de 1886).

Durante sua temporada na Europa, se aproximou de técnicas impressionistas da pintura italiana, passando a se interessar pela figura humana e toma contato com a poesia clássica. De 1888 a 1890, frequentou a Accademia di Belle Arti di Venezia [Academia de Belas Artes de Veneza], na Itália, tornando-se discípulo do renomado Filippo Carcano. De volta ao Brasil, em 1890, ministrou aulas de paisagem na Academia Imperial de Belas Artes e, no ano seguinte, fundou a Escola do Ar Livre, em Niterói.

A partir de 1899, executou painéis em alguns palácios e prédios públicos. Incentivado pelo pintor Victor Meirelles, passou a pintar cenas históricas para o governo. Dentre elas destacam-se: “Morte de Estácio de Sá”, “Prisão de Tiradentes” e “Proclamação da República”. Foi também o decorador do Instituto Nacional de Música e do Conservatório de Belo Horizonte.

De 1906 a 1919, manteve um ateliê em Paris, tendo recebido, em 1911, o título de delegado da Société Nationale des Beaux Arts, raramente concedido a estrangeiros. Em 1925, foi eleito o maior artista do país no Grande Concurso Nacional realizado entre os leitores da revista Fon-Fon (Revista Fon-Fon, 28 de março de 1925). Em 1926, lançou seu livro autobiográfico História de um Pintor Contada por Ele Mesmo, com o qual ingressou na Academia Fluminense de Letras.