Saiba identificar os efeitos negativos da pandemia nos animais de estimação

Mudança na rotina pode causar estresse aos pets e tutores; coordenador do curso de Med. Veterinária da Anhanguera dá dicas de como amenizar os problemas - Foto: Nelson Duarte / Prefeitura do Rio

Niterói
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A pandemia alterou a rotina da maioria da população mundial e provocou impactos negativos na saúde física e mental de muita gente. Mas não foram só os humanos que sentiram os efeitos do isolamento social adotado para barrar a transmissão desenfreada do coronavírus. Os animais de estimação também tiveram o dia-a-dia alterado nesse último ano – e poderão sofrer ainda mais quando tudo voltar à “normalidade”.

A recomendação do distanciamento social pelas autoridades de saúde, com as quarentenas e lockdowns, e a ação do trabalho e estudos remotos fizeram com que os tutores de animais de estimação ficassem mais tempo em casa. Essa foi a mudança mais significativa na rotina dos pets em um primeiro momento da pandemia. Ter companhia o dia todo pode parecer uma vantagem aos bichinhos, mas também pode se tornar motivo de estresse, já que é uma mudança brusca no cotidiano deles. “Um dos principais problemas enfrentados pelos pets quando há mudança brusca na rotina é a alteração de comportamento”, explica o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Anhanguera de Niterói, Adolfo Carlos Barreto Santos.

Em um segundo momento, com a retomada das atividades e com a esperança de voltar à normalidade, surge um novo motivo de incômodo aos animais: os tutores vão voltar, aos poucos, à rotina anterior à pandemia e deixar os pets sozinhos em casa depois de terem se acostumado com a companhia. E quando os tutores voltarem a trabalhar ou a estudar presencialmente, os animais poderão sofrer o mesmo problema. "Esse retorno à rotina anterior à pandemia significa, na prática para o animal, a ausência do tutor, podendo desenvolver uma síndrome de ansiedade por separação, ocasionando, por exemplo, comportamentos destrutivos pelo pet, podendo latir constantemente na ausência do tutor, arranhar e morder móveis e objetivos, urinar e defecar fora do lugar tradicional”, elenca o coordenador. “Esses comportamentos alterados podem ser inconvenientes tanto para os tutores como para os vizinhos, entretanto muitas vezes o próprio animal pode ser a vítima direta, realizando a automutilação, por exemplo, mordendo a própria pata ou o rabo. Além disso podem acontecer também situações onde há a falta de apetite, perda ou ganho de peso excessivo, alterações dermatológicas e supressão da imunidade, que podem abrir uma porta inclusive para o surgimento de outras doenças, tudo isso reflexo do estresse desta separação”, continua.

 

Como amenizar os efeitos negativos da pandemia nos pets?

O médico veterinário da Anhanguera Niterói explica que cães e gatos precisam se manter ativos fisicamente e psicologicamente para serem saudáveis. Por isso, antes de qualquer mudança radical na rotina dos pets, é importante promover atividades físicas, mentais e sociais para que eles se acostumem com novas situações e gastem energia para aliviar o tédio e o estresse.

"Se os animais vão passar muito tempo sozinhos, é interessante investir em enriquecimento ambiental. Objetos e estruturas que promovam desafios e atividades alimentares, sensoriais, físicas e mentais são uma opção", esclarece Adolfo Carlos. Esses objetos podem ser brinquedos, petiscos, brincadeiras como cabo de guerra e jogar bolinhas, camas elevadas, obstáculos... Estimular a independência e reforçar positivamente bons comportamentos enquanto estiver junto ao pet são outras dicas importantes. “Acostumar os cães, principalmente, a ficarem sozinhos, com saídas rápidas e graduais enquanto se divertem com os elementos de enriquecimento ambiental aplicados pelo tutor gera bons resultados”, comenta o Veterinário.

 

Serviço

Ao perceber que as atividades não amenizaram o estresse e a ansiedade do seu pet, é necessário levá-lo ao veterinário para avaliação e para um possível tratamento. A Anhanguera de Niterói conta com uma Unidade Veterinária que atende toda a população da cidade. A Unidade já voltou a atender presencialmente seguindo rigorosamente todas as orientações das autoridades de saúde, respeitando os estágios da pandemia e seguindo um rígido protocolo de segurança, higienização, medidas de proteção e distanciamento, conforme recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Por causa das restrições, o atendimento à população será realizado de segunda a sexta-feira, das 08h30 às 16h30, na Estrada do Cabuçu, s/n, Itaboraí (RJ). A consulta tem o valor simbólico de R$40 e não é necessário agendamento.