Governo do Rio confirma retorno da linha Charitas-Praça XV

O Governo do Rio confirmou, por meio do Diário Oficial desta quarta (20), o retorno da operação na linha Charitas-Praça XV, e a normalização da grade de horários pré-pandemia da linha Praça XV – Arariboia. No dia 7 de outubro o prefeito de Niterói, Axel Grael, havia adiantado a informação em suas redes sociais.

De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes, e conforme a Resolução 1.462, publicada no Diário Oficial, a linha Charitas-Praça XV, que havia sido suspensa no início da pandemia, será retomada pela CCR Barcas gradativamente, a partir de dezembro.

A pasta afirma que neste período inicial o intervalo entre as viagens será de uma hora, com início às 6h15 (Charitas-Praça XV) e às 6h45 (Praça XV-Charitas). A grade operacional será totalmente normalizada, com os intervalos de 20 minutos, a partir de 10 de janeiro de 2022.

Já a grade de horários pré-pandemia da linha Praça XV – Arariboia será retomada em 30 dias. Atualmente a linha circula com intervalos de até 30 minutos nos horários de pico (5h30 às 9h e 16h às 18h) nos dias úteis e de uma hora aos sábados, domingos e feriados.

A publicação informa, ainda, que as linhas Praça XV - Paquetá e Praça XV - Cocotá permanecem com a grade determinada por decisão judicial.

CCR Barcas fala sobre descaso do Estado

Em resposta ao O FLUMINENSE sobre o retorno do serviço, a companhia CCR Barcas, responsável pelo transporte, ressaltou que a concessionária passa por um período alarmante de crise, e que não tem tido apoio do Governo do Estado nesta situação.

“Diferentemente de todos os outros modais, as barcas ainda se encontram em um patamar de perda de cerca de 70% da demanda, em relação ao período anterior à pandemia. O contrato de concessão não atende às necessidades da sociedade, da concessionária e do Estado do Rio. Conforme já alertado exaustivamente pela companhia, em hipótese nenhuma a concessionária continuará com a prestação do serviço após o prazo final da concessão (11 de fevereiro de 2023)”, diz a nota.

A CCR Barcas também confirmou que não participará da nova licitação, em 2022.

Retorno foi solicitado pelas redes sociais

Para moradores do bairro Charitas e outras regiões próximas que precisam atravessar constantemente para o Rio, a suspensão foi criticada. Nas redes sociais o retorno virou um assunto recorrente.

Dentre os internautas que mais pediram pela volta da linha estava Roberto Tauil Filho, 52, que mora na Região Oceânica de Niterói e trabalha há mais de 30 anos no Rio. Com a suspensão do serviço das barcas saindo de Charitas, os conhecidos catamarãs, ele passou a ter em sua rotina pelo menos duas horas a mais de trânsito, entre idas e vindas.

“Voltei a trabalhar presencialmente no Rio em setembro e já senti muito o desgaste de ter que ir de ônibus até o centro da cidade. Cheguei a ir de carro para o Rio, mas o custo ficou muito alto. Eu sempre achei o custo do catamarã elevado, mas era aceitável para evitar o trânsito, mesmo que inacessível para muitos que moram na região oceânica. Se fosse acessível para a maioria ajudaria a diminuir o trânsito para o centro da cidade e traria melhor qualidade de vida”, disse.

Roberto comentou sobre a posição da CCR Barcas em relação à entrega da concessão, entendendo a situação, mas pontuando que o assunto deveria ter sido analisado melhor pela companhia no passado, e que cabe ao Estado buscar opções para melhorar o sistema.

“Com o decreto de hoje, esperarei ansiosamente até dezembro, mas sabendo que, com o catamarã saindo de hora em hora, limita muito o uso e mais uma vez o passageiro é prejudicado para que a concessionária se beneficie. Hoje, nos horários de rush, tenho visto as barcas lotarem, com passageiros viajando em pé. E mesmo assim só vão diminuir o intervalo entre as saídas daqui a 30 dias. Enquanto isso, vamos convivendo com o risco de enfrentar barcas lotadas”, comentou.