Por Redação
Um crime, dois desconhecidos presos num terrraço e uma garrafa de vodka. Essa é a
situação que se encontram as personagens de “ELE, ELA E UMA GARRAFA DE
VODKA” – espetáculo cujo objetivo é colocar em cena o enigmático texto de Vinícius
Cattani, autor contemporâneo, brasileiro e carioca.
A encenação aposta, essencialmente, no trabalho da dupla de atores – Jaqueline Macóeh
e Marcelo Argenta – para a criação de um “micro-universo” paralelo, claustrofóbico e
pleno de teatralidade.
O público irá conferir cenas com economia de elementos, mas cujo caráter essencial não
impede, em nenhum momento, a compreensão desses dois seres humanos e da “longa
jornada noite adentro” que realizam em direção a si mesmos e a seus desejos mais
profundos.
Marcos Breda, que estreia no espetáculo assinando a direção em conjunto com Marcos
Ácher, aposta que o público irá se surpreender com tudo: “A obra coloca em cena um
texto aparentemente naturalista, mas aposta numa encenação não realista, minimalista e
eminentemente teatral”, contou o artista que comemora, em 2022, 40 anos de carreira.
O espetáculo
Após, supostamente, cometer um crime, um homem vai para um terraço abandonado do
seu prédio, liga para namorada, descreve o crime que acabara de cometer e diz que está à
espera da amada para celebrar com uma garrafa de vodka.
Ao desligar o telefone, percebe que uma mulher, que estava no terraço, tenta fugir. O homem desesperado consegue bater à porta antes que ela fuja e então pensar no que fazer, pois até então o crime tinha sido perfeito, mas agora tem uma testemunha.
Mas o que ele não sabia é que a porta que acabou de fechar, são daquelas que só abrem
por dentro. E lá ficam presos até a namorada ou qualquer outra pessoa chegar. Sozinhos.
Apenas ele, ela e uma garrafa de vodka.
Esse é apenas o ponto de partida da peça. Será mesmo que este homem cometeu o crime?
E por que cometeu? O que esta mulher estava fazendo sozinha no terraço? Que horasa
namorada vai chegar? Eles estão presos, sozinhos, só tem um ao outro e a garrafa de
vodka. E como diria o poeta Maiakovski russo, “É melhor morrer de vodka do que morrer
de tédio”