TEA Global Congress 2025: um marco para a inclusão e a ciência

Foto, da esquerda para direita: Tatiane Moreira(psicóloga do projeto Inclua Mais TI BB), Márcia Vila Nova(gerente executiva da diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil) e Professor Riezo Almeida, coordenador-geral do congresso e fundador da Tecer. - Foto: .

Niterói
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Nos dias 12 e 13 de junho de 2025, Niterói (RJ) se tornou o palco de um evento histórico: o TEA Global Congress 2025, considerado o maior congresso internacional sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) já realizado no Brasil. O encontro, gratuito e com formato híbrido (presencial e online), transformou o icônico Caminho Niemeyer em um centro de conhecimento, acolhimento e inovação.
Com representantes de países como Estados Unidos, China, França, Japão, Índia, África do Sul e Alemanha, o congresso abordou temas cruciais, como avanços em neurociência, práticas baseadas em evidência, políticas públicas, educação inclusiva, diagnóstico precoce e os direitos das pessoas autistas. O evento foi uma realização do Grupo Tecer, Instituto Oceano Azul, CNPq, Ministério da Saúde e Hangar 7 Eventos.
O coordenador-geral do congresso, professor Riezo Almeida, reforçou o impacto social do evento e a importância de usar recursos públicos para a popularização do tema:
“Trouxemos esse evento com dinheiro do CNPq e do Ministério da Saúde exatamente para popularizar o assunto do autismo, desmistificar o diagnóstico e envolver saúde, educação e as famílias. Temos 100 palestrantes que vieram voluntariamente, porque o tema é urgente e especial. Não vamos mudar o mundo, mas queremos causar um impacto real, mesmo que seja de 1%”, declarou Riezo.
O professor ainda adiantou que a próxima edição do TEA Global Congress já está confirmada para os dias 2 e 3 de abril de 2026, consolidando Niterói como sede oficial do evento.
Uma cidade referência e a força das parcerias
Renata Esteves, presidente do Instituto Oceano Azul - o primeiro centro de referência em Autismo de Niterói - comemorou a oportunidade de participar como uma das realizadoras do evento:
“O Instituto Oceano Azul recebeu o convite porque, na cidade, já somos referência. Fomos chamados para realizar o congresso juntamente com o professor Riezo, do Grupo Tecer, e também por indicação da professora Juliana Benício. É uma honra estar entre esses grandes nomes e entregar para o município de Niterói esse grande congresso”, afirmou.
Além das palestras, o congresso inovou ao oferecer o Espaço Azul, uma área sensorial, interativa e acolhedora, dedicada especialmente às famílias e pessoas autistas. A estrutura foi coordenada pelo Instituto Oceano Azul e reforçou o compromisso com a inclusão em todos os níveis, ao disponibilizar uma ala kids com brinquedos.
Participação das Forças Armadas
A Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou o painel “Acolhimento e Cuidado: Novas perspectivas de atuação da FAB no atendimento a pacientes autistas”, reunindo profissionais de diversas áreas da saúde militar. Sob coordenação da Dra. Paula Mussi, capitão médica e neurologista pediátrica, o painel destacou desde a assistência humanizada e os desafios clínicos no cuidado a pacientes autistas até a atuação em cenários de emergência, com a contribuição da Dra. Edna Fonseca, major médica pediatra. As capitãs dentistas Dra. Deisi Carneiro e Dra. Thaís Vilas Bôas trouxeram abordagens voltadas à odontologia especializada para o TEA, com ênfase em recursos lúdicos e práticas adaptadas. Encerrando a programação, a tenente psicopedagoga Rafaela Vieira apresentou o projeto Espaço Azul, desenvolvido no Museu Aeroespacial, como modelo de acessibilidade cultural e sensorial para pessoas com autismo, reafirmando o compromisso da FAB com a inclusão e o cuidado integral.
Um espaço para trocas e inspiração
Entre os destaques institucionais, o Banco do Brasil levou ao congresso o case de sucesso “Inclua Mais TI”, um programa de empregabilidade de pessoas com deficiência (PCDs), incluindo autistas, na área de tecnologia da informação.
Márcia Villanova, gerente executiva da Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil, explicou o impacto da iniciativa:
“Recebemos um número expressivo de PCDs no último concurso, incluindo pessoas com deficiências invisíveis como o TEA. Tivemos que adaptar processos, treinar líderes e criar salas de autorregulação. Hoje, temos uma área que é, literalmente, uma área autista. Isso é inédito. Garantir essa empregabilidade muda vidas”, destacou.
Vozes que constroem o futuro
A farmacêutica Amanda Arruda, cofundadora da Tecer Soluções, também esteve presente e reforçou a importância do preparo técnico e humano de profissionais da saúde:
“Muitas famílias enfrentam adversidades que poderiam ser evitadas com diagnóstico precoce e profissionais mais preparados. O congresso nasceu dessa necessidade: educação e adaptação para atender melhor a população autista”.
O TEA Global Congress 2025 não apenas reuniu nomes de peso e trouxe conteúdo científico de excelência, mas também serviu como catalisador para novos projetos, fortalecimento de redes de apoio e visibilidade à causa autista no Brasil.
Além do evento físico, toda a programação foi transmitida online gratuitamente, ampliando o alcance para milhares de pessoas em todo o país e no exterior. Para quem deseja reviver os momentos ou conhecer mais sobre os conteúdos apresentados, os organizadores disponibilizarão em breve o link oficial com gravações e materiais complementares.