Despedida a Juliana Marins: Manifesto de Solidariedade

Imagem Gazeta Rio/Ricardo Bernardes - Foto: .

Niterói
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Hoje, nossas palavras são pequenas diante da dor imensurável que tomou conta de nossos corações. Não encontramos consolo diante da perda de Juliana Marins, uma jovem que, em sua breve jornada, nos tocou com sua coragem, seus sonhos e sua imensa capacidade de amar a vida.

A saudade já começa a se fazer presente, mas é acompanhada pela certeza de que, apesar de sua partida precoce, Juliana viveu intensamente. Cada sorriso, cada gesto, cada sonho que ela carregava nos fazia acreditar que o mundo ainda era um lugar de possibilidades infinitas. E, de repente, tudo o que nos resta é o vazio que só a ausência de alguém tão jovem e vibrante pode deixar.

Juliana foi arrancada de nós de forma abrupta, como uma flor que se vê arrancada antes de desabrochar completamente. Uma viagem que deveria ser de descoberta, de arte, de liberdade, agora se torna um eterno e doloroso símbolo de tudo o que não tivemos tempo de viver com ela. Sua partida não é apenas uma tragédia pessoal, mas um grito que ressoa em todos os que, como nós, acreditavam que o mundo era um lugar seguro para nossos filhos, nossos amigos, nossos amores. O mundo falhou, mas nós, como humanidade, devemos fazer com que essa falha nunca mais se repita.

Nós nos unimos a seus pais, a sua irmã Mariana, a todos que a amavam, neste momento de luto profundo. A dor é imensa, mas o que nos conforta, ao menos um pouco, é saber que fizemos o possível para trazer Juliana de volta, mesmo quando a indiferença das autoridades tentou calar nossas esperanças. No entanto, nunca poderemos aceitar que a vida de uma jovem cheia de promessas tenha sido tragada por uma série de erros evitáveis e pela ineficácia de um sistema que deveria proteger.

Este manifesto não é apenas uma lembrança da perda, mas um compromisso com a sua memória. Um juramento de que não descansaremos até que a dor da família Marins se transforme em força para que o mundo seja melhor, mais seguro e mais justo para todos os jovens que, como Juliana, merecem explorar o mundo e voltar para casa em paz.

Que o silêncio de Juliana, agora eterno, nos inspire a não deixar sua partida em vão. Que sua ausência se converta em ação, em política pública, em mudanças reais. Que a dor da perda nos impulsione a lutar por um futuro em que nenhuma outra família tenha que enfrentar o que os Marins enfrentam hoje.

Por Juliana, por sua família, por todos nós. Que sua luz nunca se apague, e que seu espírito viva em cada um de nós, sempre.

Por Gazeta Rio/Micheli Faria