Cláudio Castro na entrega de R$ 2,3 milhões da Faperj a cientistas

O governador em exercício Cláudio Castro participou de evento que marcou a entrega de investimentos da Faperj a cientistas - Foto: Governo do Estado

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Com o objetivo de incentivar a pesquisa científica para o tratamento de pessoas contaminadas pela Covid-19, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) está destinando R$ 2,3 milhões para o Instituto Vital Brazil (IVB) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O objetivo é que cientistas dessas duas instituições avancem no desenvolvimento de um soro equino que promete ser capaz de criar anticorpos mais poderosos no organismo humano, ajudando na recuperação de pacientes infectados. O governador em exercício Cláudio Castro participou do evento que marcou a entrega do recurso, no Palácio Guanabara.

O evento que marcou a entrega dos recursos aos pesquisadores contemplados aconteceu nesta quinta-feira (04/02), no Palácio Guanabara. A medida é uma iniciativa do Governo do Estado para apoiar cientistas do Rio no enfrentamento à pandemia. Desde o ano passado, mais de R$ 35 milhões foram repassados pela Faperj especificamente para pesquisas relacionadas à Covid-19.

- Há esforços científicos sendo realizados por todo o mundo, e o estado do Rio de Janeiro não poderia ficar de fora. Aqui temos instituições de peso que unem conhecimento e ciência. Estamos falando de um vírus que já matou quase 230 mil brasileiros, temos que reunir forças para acabar com essa pandemia, precisamos apoiar os cientistas - ressaltou o governador em exercício.

O presidente do Instituto Vital Brazil, Átila de Castro, destacou o pioneirismo da pesquisa.

- Este estudo marca o início da pesquisa de soros no Brasil e talvez no mundo. Ele é originário do Instituto Vital Brazil. Com isso, nós temos todo o processo da cadeia produtiva. Temos condições de fazer tudo nas nossas fazendas, na produção do soro dos cavalos. Neste sentido, nossa produção será totalmente fechada dentro do parque tecnológico do Instituto - afirmou.

Pesquisador do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares da UFRJ, Daniel Abreu explicou como o soro pode agir complementando a vacina.

- O soro é uma estratégia diferente da vacina. No nosso procedimento, a gente produz um soro repleto de anticorpos no cavalo, que posteriormente é injetado em um paciente infectado com o coronavírus. O objetivo é que a resposta imune produzida pelo cavalo seja capaz de auxiliar a resposta imune do indivíduo para combater a doença. A vacina tem a função preventiva, e o soro, a de tratamento. São duas coisas que se complementam - explicou.

O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Dr. Serginho, falou sobre a importância de avançar nos estudos deste tratamento, que pode ser um dos grandes aliados no combate ao coronavírus.

- Esse trabalho é fruto de anos de pesquisa científica do nosso corpo acadêmico. Hoje, ciência e a tecnologia juntas, em um curto espaço de tempo, permitem produzir um tratamento muito eficaz para o combate à Covid. É um dia de alegria e esperança, e isso a gente deve aos pesquisadores do Rio de Janeiro, que poderão contar com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e com o Governo do Estado para alcançarmos cada vez mais o fomento – disse.

O presidente da Faperj, Jerson Lima, enfatizou a necessidade dos investimentos na ciência.

- A Faperj completou 40 anos de existência em 2020, ano em que enfrentamos o maior desafio de todos os tempos, por causa da pandemia. O Governo do Estado está investindo de forma firme em pesquisa científica. E, durante todo o ano de 2020, a Faperj lançou chamados emergenciais para que grupos de pesquisas pudessem contribuir para o enfrentamento da Covid-19.

Lançado em abril do ano passado, poucas semanas após o primeiro caso confirmado de Covid-19 no estado do Rio, o estudo agora aguarda liberação da Anvisa para testes do soro em humanos. Com o avanço, a previsão é que esse tipo de tratamento esteja disponível nas unidades de saúde ainda neste semestre.