Cirurgias bariátricas no Hospital Carlos Chagas são retomadas

Primeiras pacientes que estavam na fila são operadas, dando início à nova etapa que busca descentralizar programa - Foto: Maurício Bazílio/Divulgação

Rio de Janeiro
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A Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – dentro de uma parceria inédita – deram início, na quinta-feira (7), ao mutirão de cirurgias bariátricas no Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC), em Marechal Hermes, Zona Norte do Rio. O programa prevê a realização das cirurgias dos pacientes que estão na fila para realizar o procedimento e já cumpriram todas as etapas exigidas no pré-operatório.

"Essa ação é resultado do trabalho que estamos fazendo em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, cumprindo o que afirmamos que faríamos. Os pacientes podem ter certeza de que não ficarão desassistidos, e vamos seguir acompanhando os trabalhos na ponta", destaca o secretário Carlos Alberto Chaves.

As duas primeiras cirurgias foram realizadas nesta quinta-feira no HECC pela equipe médica da SBCBM. Uma terceira paciente não foi operada por estar com a pressão alta e será reagendada. Os demais pacientes serão agendados conforme o gerenciamento de leitos, material e regras de segurança em função da pandemia.

"A cirurgia bariátrica é o melhor e, muitas vezes, o único tratamento para os casos de obesidade mórbida com doença associada. É um fator de risco para muitas doenças, entre elas a Covid-19. Quanto mais ampliarmos o serviço, maior será o impacto positivo na população. O SUS é fundamental para isso. A bariátrica não é um procedimento estético, mas que salva vidas", diz o presidente da SBCBM, Fábio Viegas.

Os pacientes receberão acompanhamento nos 30 primeiros dias do pós-operatório no Carlos Chagas e, posteriormente, serão encaminhados para assistência endocrinológica, nutricional e psicológica no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE).
As cirurgias precisaram ser suspensas após a secretaria cancelar o contrato do serviço em agosto do ano passado. Uma análise do termo, realizada pela atual gestão da SES, identificou que o preço cobrado pelos procedimentos estava muito acima do praticado no mercado.

"Quando o secretário Carlos Alberto Chaves chegou à secretaria, encontrou o programa de cirurgia bariátrica paralisado por problemas legais de renovação e com uma demanda muito grande. Ele entrou em contato com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e constituiu uma nova forma de trabalhar, que terá uma abrangência muito maior", explica o médico Luiz Aristocles, assessor especial da SES.

A secretaria prepara um chamamento público para um novo contrato, com apoio técnico da SBCBM. Um protocolo conjunto está sendo criado de forma transparente e com metas claras de produtividade e resultados, para que prevaleça a qualidade do serviço.

"Nosso objetivo é dar continuidade, de forma gradativa, ao programa de cirurgia bariátrica que foi descontinuado após encerramento do contrato. Vamos criar novos polos, inclusive em outras cidades, para que possamos atender mais pacientes. Nossa meta é que sejam feitas cerca de 140 cirurgias por mês", ressalta o subsecretário de Unidades Próprias da SES, Gustavo Campos.