A Baía de Guanabara voltou a respirar. Nos últimos anos, o cartão-postal do Rio de Janeiro deixou de receber cerca de cinco bilhões de litros de esgoto não tratado por mês. A mudança é resultado da implantação dos troncos coletores da Cidade Nova e de Manguinhos, obras realizadas pelo Governo do Estado por meio do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM), coordenado pela Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS).
Antes dessas intervenções, os resíduos eram lançados sem qualquer tipo de tratamento nos canais do mangue, que deságuam diretamente na baía. A ausência de coleta e tratamento de esgoto gerou, por décadas, sérios impactos ambientais e de saúde pública: aumento da concentração de bactérias na água, tornando-a imprópria para banho, pesca e prejudicial à vida marinha.
- As intervenções são fundamentais para reverter o quadro histórico de poluição na Baía de Guanabara. Reduzimos em bilhões de litros o despejo de esgoto in natura, aliviando a carga sobre o meio ambiente e melhorando diretamente a qualidade de vida de centenas de milhares de pessoas. Agora vamos ampliar as obras realizadas pelo programa de saneamento, levando para outras partes do estado - declarou o governador Cláudio Castro.
Na Cidade Nova, foram instalados 4,1 km de troncos coletores, com capacidade para captar 700 litros de esgoto por segundo. Esse volume é direcionado para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Alegria, beneficiando diretamente cerca de 163 mil moradores dos bairros Cidade Nova, Centro, Catumbi, Rio Comprido, Estácio e Santa Teresa.
Em Manguinhos, a complementação do tronco coletor adicionou 4,45 km de tubulações, com capacidade para captar aproximadamente 1.293 litros de esgoto por segundo — o equivalente a 45 piscinas olímpicas de esgoto por dia. A ETE Alegria, que operava de forma ociosa desde sua inauguração, em 2009, passou a ser plenamente utilizada.
- O PSAM é um programa fundamental e estratégico para as ações de saneamento no estado. Temos alcançado avanços expressivos, que se refletem não apenas na melhoria da infraestrutura, mas principalmente na qualidade de vida da nossa população. Vamos continuar trabalhando para alcançar novos marcos, não só do ponto de vista ambiental, mas também nas agendas social e econômica - destacou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
Com essas obras, cerca de 600 mil moradores de bairros como Bonsucesso, Benfica, Jacaré, Jacarezinho, Engenho Novo, Lins de Vasconcelos, Méier, Riachuelo, Rocha, Mangueira, Sampaio, além dos Complexos de Manguinhos e do Jacaré, passaram a contar com coleta e tratamento adequado de esgoto.
Além de reduzir drasticamente o lançamento de esgoto in natura na baía, as intervenções trazem impactos diretos na melhoria das condições sanitárias e ambientais, contribuindo para a redução de doenças de veiculação hídrica, como diarreia e hepatite A, especialmente nas comunidades mais vulneráveis.
Saneamento
As obras estão integradas ao plano de expansão do saneamento básico em diversas regiões do Rio de Janeiro. A região metropolitana, que ainda não é atendida pelo programa, receberá novas obras ainda este ano, contemplando duas cidades com sistemas modernos de coleta e tratamento de esgoto.
Governo do Estado reduz em 5 bilhões de litros/mês o despejo de esgoto na Baía de Guanabara

Nos últimos anos, a Baía de Guanabara deixou de receber cerca de cinco bilhões de litros de esgoto não tratado por mês. - Foto: Divulgação Gov RJ
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