Castro confirma exoneração de Washington Reis e expõe racha na base governista do Rio

O governador Cláudio Castro (PL) confirmou, nesta quinta-feira (11), a exoneração de Washington Reis do cargo de secretário estadual de Transportes, encerrando um dos episódios mais tensos dos bastidores políticos fluminenses dos últimos meses. A decisão oficial, anunciada por meio de uma rede social, manteve o ato assinado na semana passada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), durante o período em que ocupava interinamente o governo.

Apesar de confirmar a exoneração, Castro criticou a forma como Bacellar conduziu o processo, classificando a medida como “intempestiva” e “desrespeitosa”, já que ocorreu sem diálogo com o governador ou com os presidentes de partidos da base. Segundo Castro, a saída de Reis já estava prevista, mas seria realizada de maneira articulada após seu retorno de compromissos na Europa.
Nos bastidores, a permanência de Washington Reis na secretaria era vista como insustentável após ele se aproximar do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), possível adversário de Bacellar na disputa pelo governo estadual em 2026. A crise expôs divisões na base aliada e colocou em xeque a coesão do grupo político de Castro.
Mesmo exonerado, Reis continuou atuando como secretário. Na quarta-feira (10), participou de uma reunião oficial em Brasília, onde foi tratado como titular da pasta. O episódio reforçou a instabilidade e provocou reação de Bacellar, que ameaçou romper com o governo caso Reis fosse reconduzido ao cargo.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também se envolveu na tentativa de reverter a exoneração, defendendo a importância de Reis para a articulação política da direita no estado. Apesar da pressão, Castro manteve a decisão, destacando que a escolha da nova liderança na pasta será debatida coletivamente com os partidos da base.
A crise revelou não apenas o desgaste da relação entre Castro e Bacellar, mas também o início de um realinhamento de forças políticas no Rio de Janeiro com foco nas eleições de 2026. Além disso, expôs a fragilidade do equilíbrio entre Executivo e Legislativo em meio às ambições pessoais que já antecipam a disputa pela sucessão no Palácio Guanabara.
Fontes: Governo do Estado do Rio de Janeiro