Taxação de Trump ameaça exportações do Rio e pode gerar impactos bilionários

Exportação de petróleo é o principal produto do Rio de Janeiro aos Estados Unidos. - Foto: Bruno Castro/Petrobras

Rio de Janeiro
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O estado do Rio de Janeiro está prestes a sofrer um duro golpe econômico com a taxação de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump. Caso a medida entre em vigor em 1º de agosto, como previsto, o Rio será o segundo estado mais atingido, atrás apenas de São Paulo. No primeiro trimestre de 2025, as exportações fluminenses para o mercado norte-americano somaram US$ 1,7 bilhão, o equivalente a 17% do total brasileiro.

O principal item exportado pelo Rio é o óleo bruto de petróleo, seguido por produtos semiacabados de ferro e aço. Estes setores estão entre os mais vulneráveis diante da nova taxação. Em contrapartida, 22% das importações vindas dos Estados Unidos têm como destino o estado, incluindo motores industriais, carvão e máquinas não elétricas, fundamentais para setores produtivos fluminenses.
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) criticou duramente a decisão, chamando a taxação de “insana” e alertando para os riscos aos empregos. “O Brasil não pode se curvar a esse absurdo. Precisamos investir em uma nova matriz industrial sem aceitar sanções unilaterais”, afirmou.
Dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) revelam que a indústria de transformação será a mais prejudicada, já que foi responsável por 78% das exportações brasileiras para os EUA em 2024. A indústria extrativa, ligada ao petróleo, representou 15%, e a agropecuária, 5,7%. Os Estados Unidos lideram como destino desses produtos, superando União Europeia e Mercosul.
O governo brasileiro já anunciou que publicará, até o dia 15, um decreto com medidas de reciprocidade. Estão sendo avaliadas sanções equivalentes, como taxação sobre bens norte-americanos e suspensão de pagamentos de royalties e patentes.
A Amcham alertou que a medida de Trump pode causar danos a ambos os lados. Segundo a entidade, os EUA tiveram superávit de US$ 29,2 bilhões no comércio com o Brasil em 2024. Isso reforça que a escalada protecionista compromete relações estratégicas construídas ao longo de décadas.
Fontes: Ministério da Indústria