Em defesa da Escola Cívico-Militar

Por Sargento Gurgel - Foto: Divulgação

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Após viralizar nas redes sociais, um vídeo de formatura na Escola Municipal Cívico-Militar General Abreu, no Rocha, Zona Norte do Rio de Janeiro, provocou a inacreditável exoneração de toda a sua diretoria, motivada por falsos argumentos de desrespeito às regras sanitárias e doutrinação. No vídeo, os alunos estão formados no pátio, respeitando o distanciamento, e repetem a frase “Brasil acima de tudo, abaixo de Deus”, uma saudação militar, como convém a uma escola que se propõe a praticar tais ensinamentos.

Diante dessa exoneração arbitrária, tenho recebido inúmeros pedidos de ajuda de pais de alunos, desesperados diante da ameaça de paralisação das atividades de uma escola que, para eles, representa a promessa de um futuro melhor para seus filhos. Lutei muito para implementar as escolas cívico-militares no Rio de Janeiro e esse sonho vem se tornando realidade desde o ano passado.

Hoje, diversas regiões do Estado já contam com esse novo modelo educacional para contribuir na formação de cidadãos de bem, e várias prefeituras já demonstraram interesse em implementá-lo em seus municípios. Uma prova de que, ao contrário do que muitos pensam, famílias ainda acreditam no valor da educação com amor à disciplina, à pátria e a Deus.

A Escola General Abreu abriga alunos de diferentes regiões da cidade, como Santa Cruz e Itaguaí. Motivados pela promessa de uma proposta pedagógica diferenciada, esses jovens e crianças saem de suas casas diariamente em busca do sonho de uma educação de excelência. Antes mesmo de submeterem seus filhos ao sorteio para ingressar na unidade, todos os pais têm acesso a uma espécie de cartilha com os requisitos e recursos que nortearão o ensino dentro da escola.

Ficar em forma, posição de sentido, cantar o hino nacional e reverenciar a bandeira do nosso país são práticas habituais. Muitos pais alegam que a escola tem problemas, mas relacionados à infraestrutura, que precisam ser solucionados pela Prefeitura do Rio de Janeiro, e nada têm a ver com aglomeração ou doutrinação.

É lastimável que toda a diretoria da escola tenha sido exonerada sem direito à defesa. É lastimável que, em nenhum momento, os pais dos alunos tenham sido ouvidos para demonstrar sua satisfação com a então gestão da escola e insatisfação com o risco de fechamento. Muitos alunos estão traumatizados diante da possibilidade de ficarem sem estudar. Muitos ainda não entendem o porquê de terem sido “penalizados” por estarem cantando o hino nacional, quando, em muitas comunidades, os traficantes chegam a circular dentro das escolas públicas e ninguém se atreve a interferir nessa balbúrdia.

Vou lutar com todas as minhas forças para que o prefeito Eduardo Paes demonstre sensatez e reverta essa exoneração. Cargos públicos passam, mas os valores propagados por quem os ocupou ficam para sempre. Esse foi um duro golpe contra os valores patrióticos. E não tem nada a ver com doutrinação. Estamos falando de patriotismo e respeito aos valores da família. Deixem os pais decidirem o que é melhor para seus filhos! A Escola Cívico-Militar representa inclusão social. Não vamos abandonar esses país. Quem manda na sociedade são os cidadãos de bem. O poder é do povo.

*Sargento Gurgel é deputado federal pelo PSL-RJ, coordenador da bancada do Rio de Janeiro no Congresso Nacional