EDUCAÇÃO E LUSOFONIA

António Montenegro Fiúza - Foto: Divulgação

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Uma pequena extensão de terra, mais propriamente 40 km2, foi o quanto bastasse para que Diu - Índia se tornasse um dos espaços mais disputados, no século XV; situada na península indiana de Guzerate, esse pequeno Estado é composto por uma pequena ilha e dois pequenos enclaves, os quais, pela sua posição geográfica estratégica, no Oeste Indiano e voltada para o Mar Arábico demonstraram-se de sobeja relevância para a vida militar dos séculos XV e XVI, tendo-se tornado, posteriormente, um importante entreposto comercial.

Lar de pouco mais de 35 mil habitantes, entre os quais ainda se fala a Língua Portuguesa - a segunda mais falada da região, as praias de extenso areal abundam no território e tornam-no um espaço inolvidável da prática de desportos náuticos, um belo mergulho nas águas tépidas e acolhedoras ou, simplesmente, um longo, demorado e aprazível passeio.

O Estado de Diu é marcado pela arquitetura portuguesa, nos seus mais memoráveis monumentos: o Forte de Diu - construído em 1535 e em funcionamento até 1960 foi considerada uma das duas maravilhas que marcaram a presença lusa, a nível mundial, juntamente com a Basílica do Bom Jesus, no mesmo território.

Atrações turísticas e fortes marcas da presença lusa, encontram-se ainda a Igreja de São Paulo - utilizada ainda com fins religiosos, a Igreja de São Francisco de Assis - entretanto transformada num hospital; a Igreja de São Tomé - atualmente, um museu; e o Fortim-do-Mar, utilizado como prisão.

Qualquer um desses monumentos carrega uma profunda carga histórica, a qual se preserva, ainda, na memória coletiva, sendo passada de geração em geração, através da Língua Portuguesa; essa que une territórios tão díspares e distantes geograficamente, numa confluência
cultural e social.

Diu fora cantada por poetas, dos quais permanece ainda o texto lírico de Francisco de Paiva de Andrade, quem cantou o primeiro cerco sofrido e no qual as forças lusas alcançaram a vitória. Em 1574, Jerónimo Corte-Real escreveria "Sucesso do Segundo Cerco de Diu, estando D. João de Mascarenhas por capitão da fortaleza", uma obra dedicada a D. Sebastião e na qual se enalteceram os feitos militares logrados aquando do segundo cerco à Cidade - Estado.

Conquanto pequena em dimensões e em população, Diu é um território abastado em história, arquitetura e paisagens naturais belíssimas; não obstante as suas dimensões, é um demonstrativo real da continuidade e permanência da Língua Portuguesa e da transmissão contagiante da cultura.