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O crime tem minado oportunidades no Rio

Por *Gurgel Soares Deputado Federal Graduado em Direito - Especialista em Direito Público (Tributário - Constitucional - Administrativo) Especialista em Políticas Públicas de Justiça Criminal e Segurança Pública pela Universidade Federal Fluminense

Gurgel Soares*

As perdas econômicas no Brasil decorrentes da gravidade da violência e dos seus reflexos contra a vida e contra o patrimônio são visíveis e inegáveis. As atividades ilícitas impostas por criminosos consomem parte da produção nacional de bens e serviços, destroem vidas e oportunidades. Os custos do Estado no combate à criminalidade drenam recursos que poderiam ser investidos em saúde, educação e em outras áreas importantes como o combate à pobreza. Compreender essa realidade e seus custos é um ponto de partida para mensurarmos os reais impactos econômicos da violência no cotidiano da população.

São inegáveis os efeitos perversos produzidos pelas práticas do crime organizado no custo das empresas que precisam incorporar despesas adicionais em seus produtos e serviços, e nos gastos das famílias que precisam se proteger da violência. Pode-se dizer que os custos econômicos que a violência acarreta ao país é de certo modo, uma variável a ser considerada nas tomadas de decisões de negócios privados e de políticas públicas em todas as áreas. A repercussão e os efeitos da criminalidade afastam investimentos importantes que poderiam garantir o desenvolvimento de regiões dotadas de recursos naturais, humanos e tecnológicos como o Estado do Rio de Janeiro.
O crime organizado tem minado oportunidades gerando distorções no ambiente econômico na Baixada Fluminense e em todo Grande Rio de Janeiro, onde há vocações industriais, turísticas, culturais, negócios criativos e inovadores forjados pela força empreendedora de boa parte da população. Neste cenário de contrastes, o combate à violência deve ser um imperativo do Estado para garantir um ambiente mais saudável para se viver e empreender. Por outro lado, a sociedade civil organizada que clama por liberdade e paz social precisa reconhecer que as forças de Segurança Pública não vão consolidar os êxitos no combate ao crime sem o apoio popular. Não se pode glamourizar o crime ou celebrar bandidos que roubam, matam, estupram, destruindo vidas, sonhos e dignidade.
As boas práticas na Educação Pública aliadas a projetos de resgate de valores morais, cívicos e patrióticos proporcionarão a formação de jovens com uma nova visão de mundo. Como exemplo de política pública afirmativa destaco o Projeto das Escolas cívico-militares do qual sou um entusiasta. Além de implementar educação pública de qualidade com a excelência das escolas militares, podemos considerar que um dos grandes méritos do programa é levar instrumentos para transformar áreas de vulnerabilidade social e com baixo rendimento escolar.
O círculo vicioso da pobreza é composto por vários fatores e os desafios para superá-los são muitos. O desenvolvimento econômico com geração de emprego e renda será um importante instrumento de enfrentamento da violência.

O fato é que, além de ser uma tragédia humana que nos gera grandes prejuízos, a violência solapa o crescimento econômico, ameaça as liberdades individuais e produz um cenário de terra devastada. A sociedade brasileira terá de decidir que escolhas fará para mudar o curso dessa realidade, um flagelo social que nos coloca numa guerra declarada e que ameaça fugir de qualquer controle.

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