Comércio teme nova 'quebradeira'

Sem poder abrir as portas, comerciantes de Niterói e do Rio temem nova onda de "quebradeira" no setor - Foto: Arquivo/Marcelo Feitosa

Panorama RJ
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O lockdown por dez dias anunciado ontem pelas prefeituras do Rio e de Niterói a partir do dia 26 causou grande mal estar entre comeriantes dos dois municípios, que reclamam de falta de diálogo com os governos e temem por nova onda de "quebradeira" no setor. Em Niterói, um dos principais pontos levantados é que deve faltar dinheiro em caixa para pagar os salários dos trabalhadores no início do mês que vêm.

"As medidas anunciadas hoje (ontem) pela prefeitura de Niterói vão fechar, pelos próximos dias, diversas atividades comerciais que estão, justamente, entre as que mais empregam na cidade. Com esse fechamento, as empresas locais não terão como pagar os salários dos seus funcionários já no próximo dia 5. E aí, como será? É para evitar situações assim que, independentemente de qualquer outra iniciativa da municipalidade, queremos ser ouvidos pelo prefeito Axel Grael", disse o presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) de Niterói, Charbel Tauil Rodrigues, que cobra contrapartidas da prefeitura.

Para minimizar o impacto da medida ele sugere maior parcelamento de IPTU, sem juros e mutas; adiamento por 120 dias das cotas de ISS, também sem juros e multas; e a reativação do projeto Empresa Cidad; além do envio urgente de projeto à Câmara impedindo o corte de água e luz nos estabelecimentos afetados, por 120 dias.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio) também questiona as medidas anunciadas pelas prefeituras, que optaram por medidas mais restritivas que as adotadas pelo Governo do Estado.
"A entidade espera que essas medidas de lockdown venham acompanhadas de ações compensatórias para que as empresas possam sobreviver e manter o emprego e a renda. As empresas não podem ser tratadas como ilhas de prosperidade que se sustentam com as portas fechadas. A Federação lembra, ainda, que 40% da mão de obra que trabalha no Rio é informal. Não é fiscalizada. Ou seja, a medida afetará somente os negócios formais, que geram empregos e pagam impostos", diz trecho de nota divulgada.

A Fecomércio RJ pontua, ainda, que, sem medidas compensatórias, qualquer ação de fechamento terá como resultado um grande impacto negativo e o fechamento de muitas
empresas.

Entre as propostas mais urgentes propostas da entidade estão a ampliação do horário de funcionamento do comércio, para diluir o fluxo de pessoas, e, em paralelo, o aumento da oferta de transporte público para evitar aglomerações.