Delegada complica Flordelis

A delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), fala à imprensa, sobre o fim da primeira fase da investigação da morte do pastor Anderson do Carmo de Souza, marido da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Panorama RJ
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A delegada Bárbara Lomba Bueno, que iniciou as investigações do assassinato do pastor Anderson do Carmo, então marido da deputada Flordelis (PSD-RJ), mas foi afastada das investigações no mesmo dia do vazamento da informação de que o celular desaparecido do pastor havia sido ativado na casa do Senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), que posteriormente faleceu vítima de covid-19, declarou ontem que a parlamentar exercia influência sobre os envolvidos no crime, ocorrido em 2019.

"Todos tinham vínculo emocional forte com a deputada. As pessoas em cujos telefones foram encontradas provas eram influenciadas por Flordelis", disse. "Isso foi comprovado. Estavam sob influência direta dela", relatou a delegada. "Conseguimos saber com clareza que nada aconteceria dentro daquela casa sem o aval final da deputada", completou.

O depoimento de Bárbara Lomba foi dado em reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados sobre o pedido de cassação do mandato de Flordelis. Os integrantes do colegiado também ouviram o médico-legista Luiz Carlos Leal Prestes, que trabalhou como perito no caso e apontou para evidências de uma tentativa anterior de envenenamento da vítima.

No depoimento de ontem, a delegada afirmou que a eleição de Flordelis foi o estopim para o assassinato de Anderson do Carmo. "A deputada não estava contente com o controle absoluto de tudo pela vítima. Havia uma insatisfação em relação ao comportamento do marido. Ela manifestava isso em sentido de reclamação", comentou Bárbara. A delegada também afirmou que Flordelis se envolveu em tentativas de direcionar e desviar o foco das investigações.

Em sua defesa, Flordelis tem afirmado que existe erro na conclusão das investigações e alega que não pode ser julgada e condenada antes que todo o processo seja concluído. Segundo ela, a mandante do assassinato foi sua filha Simone. (com Agência Câmara)