Eficiência e sensibilidade

Deuler da Rocha (PSL) - Foto: Divulgação

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Deuler da Rocha

"O fundamental é modelar mudanças e os pactos essenciais para os recursos públicos serem geridos com eficiência. O resto é resultado."

Nelson Augusto Gonçalves

Há pouca reflexão entre os cidadãos sobre a especial condição dos governos quanto ao imenso acúmulo de ativos sob seus auspícios em ordem geral, cujo montante afirma-se com convicção ser superior aos ativos de todos os milionários do mundo juntos.

Essa dimensão nos fornece a chance de avaliação da nossa responsabilidade e a cautela a ser observada para a escolha de gestores públicos austeros e qualificados que sejam também capazes de formular metas, criar boas expectativas e exigir resultados.

A clara e permanente exposição de gastos com a mais absoluta transparência é a marca de administradores e de administrações decentes especialmente quando segue, em nossa realidade atual, paralela à implementação de programas sérios de desenvolvimento comunitário em busca da redução das distâncias socioeconômicas. Se muito ainda permanece nebuloso neste aspecto é somente porque nossas opções na escolha dos administradores públicos permanecem fixadas em padrões de avaliação deficientes e de duvidosa objetividade.

É certo que ninguém quer a antipatia ou a insensibilidade no exercício do poder público, tanto quanto é certa a disponibilidade de homens e mulheres gabaritados e dotados de sensibilidade, conhecimento e eficiência para a gestão pública em quase todas as disputas. O acerto ou a distorção recaem, em linhas gerais, sobre nossa capacidade de examinar as opções com a separação do joio do trigo.

A esta altura do desenvolvimento humano, nenhum de nós deve se desobrigar de modo leviano da responsabilidade decorrente de escolhas boas ou más. Numa democracia, a escolha está a nosso alcance e pode ser realizada de modo a alcançar eficiência e valores sociais plenos. Quem passa em branco ou se anula como cidadão quando detém a oportunidade de criar novas alternativas, embora mantenha o direito de espernear, pode queixar-se depois legitimamente? Haverá depois algum argumento suficientemente sólido para reclamar ou lamentar sobre a escolha que delegou a terceiros por inércia ou leviandade?

É preciso notar que as elites não brincam em serviço quando o tema é apoiar e escolher quem as represente, logo nós não temos escolha e talvez nem o direito de colocar pedras em nosso próprio caminho deixando os cofres públicos abertos a quem quer que pretenda nos enganar, usurpar o patrimônio público e frustrar nosso futuro.

O cidadão comum, a pessoa de bem e desconfiada da condução dos recursos e das atividades públicas já sabe que nos instantes cruciais de tomada das decisões democráticas não é o ocupante de cargo público nos poderes instituídos (Presidente, Governador, Prefeito e etc.) que figura como principal personagem. Nos momentos cruciais das mudanças políticas capazes de conduzir à gestão pública honesta e eficiente, o protagonista com real poder decisivo é o cidadão. Na democracia o principal "cargo" é o de cidadão, que só pode desempenhar sua missão de modo pleno quando exerce seu direito de escolha buscando eficiência no cuidado do que pertence a todos.