Por Denise Emanuele Paz Carvalho
A Dívida Pública Federal subiu 0,71% no último mês de maio e passou de R$ 7,61 trilhões para R$ 7,67 trilhões, o que representa um aumento de R$ 53,87 bilhões no estoque da dívida em apenas quatro semanas. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira (27/6), pelo Tesouro Nacional, no Relatório Mensal da Dívida (RMD).
No mesmo período, a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que representa a parte da dívida pública que pode ser paga na moeda nacional, ou seja, em reais, apresentou um crescimento de estoque de 0,7%, atingindo R$ 7,36 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) saltou 0,99%, para R$ 309,17 bilhões.
Em maio, os quatro grupos que integram a DPF (prefixado, índice de preços, taxa flutuante e câmbio) tiveram aumento de estoque. A maior parte da dívida pública corresponde ao grupo de taxa flutuante, que representa 48% de todo o estoque. O valor apropriado de juros já acumula R$ 339 bilhões desde o início de 2025, segundo o relatório.
Na avaliação do coordenador-geral de Controle e Pagamento da Dívida Pública, Helano Borges, a evolução das negociações tarifárias entre Estados Unidos e China foi um fator que ajudou a diminuir a percepção de risco nos mercados emergentes, como o Brasil, na conjuntura política de maio.
“A evolução das negociações tarifárias entre EUA e China, após um choque negativo inicial observado no ‘Liberation Day’, em abril, que trouxe bastante incerteza e volatilidade aos mercados, (levou) à interpretação de que os mercados caminhavam para níveis mais equilibrados, reduzindo o potencial de impacto inflacionário e recessivo”, comentou.
Para este mês de junho, Borges destacou que a equipe do Tesouro segue com a percepção positiva de avanço das negociações entre os dois países, apesar do aumento das tensões no Oriente Médio. “Isso denota um aspecto positivo no apetite a risco dos investidores”, acrescentou o coordenador-geral.