PSL suspende atividades partidárias de cinco deputados

Declaração da deputada federal Carla Zambelli a uma rádio causou questionamentos - Foto: Agência Brasil

Política
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A crise no Partido Social Liberal (PSL) ganhou, na tarde de sexta (18), mais um capítulo. O diretório nacional da sigla suspendeu a atividade partidária de cinco deputados federais. Com isto, Carla Zambelli, de São Paulo; Bibo Nunes, do Rio Grande do Sul; Carlos Jordy, do Rio de Janeiro; Filipe Barros, do Paraná; e Alê Silva, de Minas Gerais, não poderão mais participar de atividades partidárias como, por exemplo, assinar qualquer requerimento de troca de liderança no partido.

A resolução da Executiva do partido é tomada um dia após o Delegado Waldir, de Goiás, líder da sigla na Câmara dos Deputados, em Brasília, afirmar que iria "implodir" o presidente Jair Bolsonaro, após um áudio vazado confirmar que o presidente tinha a intenção de retirar seu cargo de liderança no Legislativo. Também nesta sexta-feira (18), o diretório nacional elegeu novos integrantes para vagas recém-criadas no partido, o que é considerado um enfraquecimento dos deputados bolsonaristas da legenda.

Para Carlos Jordy, deputado federal e ex-vereador de Niterói, a decisão do Diretório Nacional do PSL de afastar os parlamentares considerados fiéis ao presidente não surpreende. Caso a decisão se mantenha, Jordy pode ter de deixar a presidência do diretório municipal de Niterói do PSL.

"Já era esperada (sic) esse tipo de atitude. A suspensão só reforça a necessidade de troca de liderança e comando do PSL. Uma conduta arbitrária como essa busca censurar os que se opõem aos desmandos de uma gestão autoritária e impedir que tenhamos assinaturas para fazer a urgente troca de líder do partido. Não desistiremos até que o partido seja reformulado e esteja de acordo com os valores defendidos pelo Presidente Jair Messias Bolsonaro", declarou em nota Jordy.

Acusações - Em entrevista ao jornal O Globo, Delegado Waldir, afirmou nesta sexta (18), que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tentou comprar, com cargos, votos na disputa interna do partido para eleger Eduardo Bolsonaro, seu filho, para o seu lugar. O parlamentar também revelou que a sigla vai pedir a cassação do mandato de seis deputados federais que estão no grupo da ala de Bolsonaro.

Ainda segundo a entrevista concedida a O Globo, Waldir afirma que "existem grupos de milícias virtuais contratados que foram levados para dentro do Palácio do Planalto" e que, no momento, ele é a "pessoa mais odiada por esses grupos de direita".

Ameaças - A deputada federal Joice Hasselmann, de São Paulo, também é protagonista na disputa interna do partido. A parlamentar, que perdeu, por conta do racha do partido, o posto de líder do governo no Congresso, não aceitou calada as provocações do deputado federal Eduardo Bolsonaro, também de São Paulo, que compartilhou, nas redes sociais, uma montagem na qual o rosto de Hasselmann aparece em uma nota de três reais, em alusão à sua falsidade.

Em contra-ataque, também nas redes sociais, Hasselmann afirmou não ter medo da família Bolsonaro e mandou um recado.

"Olha só mais um 'presentinho' da milícia digital para mim. Anota aí: NÃO TENHO MEDO DA MILÍCIA, NEM DE ROBÔS! Meus seguidores são DE VERDADE, orgânicos. E não se esqueçam que eu sei quem vocês são e o que fizeram no verão passado", declarou a ex-líder do PSL.

Os ataques a Joice na internet começaram após ela ter se posicionado sobre sua saída forçada de seu cargo. Pelas redes sociais, ela afirmou que "sabia que poderia esperar traição" por parte da família Bolsonaro.