Ex-presidente Lula já deixou a carceragem da PF em Curitiba

Lula foi recebido por apoiadores ao deixar a prisão e fez discurso de aproximadamente 20 minutos no qual também criticou o presidente Jair Bolsonaro - Foto: Gibran Mendes/ CUT Paraná

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou na tarde desta sexta (8) a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba após a decisão da Justiça Federal que autorizou sua soltura. Lula estava preso desde 7 de abril do ano passado pela condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP), um dos processos da Operação Lava Jato.

Lula deixou a sede da PF pela porta da frente, acompanhado por parlamentares do PT e de seus advogados. Ele caminhou em direção aos apoiadores, que o esperavam em um palco, onde fez um pronunciamento aos militantes.

Em um discurso de aproximadamente 20 minutos, Lula fez críticas ao que chamou de "lado podre do Estado brasileiro, da Justiça, do Ministério Público, da Polícia Federal e da Receita Federal" (...) que "trabalharam para tentar criminalizar a esquerda".

O ex-presidente criticou o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato no Paraná, e o ex-juiz da operação, Sérgio Moro, atual ministro da Justiça.

Lula também afirmou ter "vontade de provar que este país pode ser muito melhor na hora em que tiver um governo que não minta tanto quanto o Bolsonaro pelo Twitter", referindo-se ao presidente da República, Jair Bolsonaro.

O presidente ainda apresentou a namorada. "Vocês sabem que eu consegui a proeza de, preso, arrumar uma namorada, ficar apaixonado e ainda ela aceitar casar comigo - é muita coragem dela", brincou.

O ex-presidente agradeceu aos militantes do PT que fizeram um acampamento na frente da PF em Curitiba durante os 580 dias de duração da prisão. O ex-presidente também disse que vai retornar para São Paulo e participará de reuniões no Sindicato dos Metalúrgicos durante o fim de semana.

"Não pensei que no dia de hoje poderia estar aqui, conversando com homens e mulheres que, durante 580 dias, gritaram aqui 'bom dia, Lula'. Vocês eram o alimento da democracia para eu resistir", afirmou.

A liberdade do ex-presidente foi proferida pelo juiz Danilo Pereira Júnior, após a defesa de Lula pedir a libertação do ex-presidente com base na decisão proferida ontem (7) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a validade da execução provisória de condenações criminais, conhecida como prisão após a segunda instância.

Aproveitando também a decisão do STF que derrubou a prisão em segunda instância, a defesa do ex-ministro pediu e a Justiça acatou que ele deixe o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde está desde maio. Até o fechamento desta edição, porém, ele ainda não havia sido solto.

Nesta sexta, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Felipe Franceschini (PSL-PR), disse que pautará para a próxima segunda (11) a votação da proposta que permite a prisão de condenados em segunda instância. Segundo o parlamentar, se a votação não for concluída na segunda, será pautada outra reunião da comissão na terça-feira (12), tendo a proposta como único item da pauta.