Autoridades repudiam declarações

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Loga após a postagem do secretário, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgaram nesta sexta mensagens pedindo a saída de Roberto Alvim do cargo.

Em suas redes sociais, Maia afirmou que o governo devia afastá-lo do cargo. "O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo."

Por meio de nota, Davi Alcolumbre, que também é presidente do Congresso Nacional, disse estar no interior do Amapá, participando da retomada do programa Luz para Todos, e que recebeu a notícia do discurso do secretário, o qual classificou como "acintoso, descabido e infeliz pronunciamento de assombrosa inspiração nazista".

"Como primeiro presidente judeu do Congresso Nacional, manifesto veementemente meu total repúdio a essa atitude e peço seu afastamento imediato do cargo. É totalmente inadmissível, nos tempos atuais, termos representantes com esse tipo de pensamento. E, pior ainda: que se valha do cargo que eventualmente ocupa para explicitar simpatia pela ideologia nazista e, absurdo dos absurdos, repita ideias do ministro da Informação e Propaganda de Adolf Hitler, que infligiu o maior flagelo à humanidade", criticou o senador.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, também se manifestou sobre o assunto. "Há de se repudiar com toda a veemência a inaceitável agressão que representa a postagem feita pelo secretário de Cultura. É uma ofensa ao povo brasileiro, em especial à comunidade e judaica."

Outras manifestações - Em publicação no Twitter, a Embaixada da Alemanha no Brasil destaca que o governo alemão se opõe "a qualquer tentativa de banalizar ou glorificar a era do nacional-socialismo".

"O período do nacional-socialismo é capítulo mais sombrio da história alemã, trouxe sofrimento infinito à humanidade. A Alemanha mantém sua responsabilidade. Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou glorificar a era do nacional-socialismo", diz a mensagem.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib), em nota, diz considerar "inaceitável o uso de discurso nazista pelo secretário".

"Goebbels foi um dos principais líderes do regime nazista, que empregou a propaganda e a cultura para deturpar corações e mentes dos alemães e dos aliados nazistas a ponto de cometerem o Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus na Europa, entre tantas outras vítimas."

Interino - A assessoria do Ministério do Turismo divulgou, em nota, que José Paulo Martins vai assumir interinamente a Secretaria Especial de Cultura após a exoneração de Roberto Alvim. Martins era secretário-adjunto da pasta.

A mesma nota informa que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, repudia ideologias totalitárias e genocidas.

A demissão de Roberto Alvim do cargo de secretário especial da Cultura foi publicada nesta sexta-feira (17) em edição extra do Diário Oficial da União. A exoneração é assinada pelo presidente Jair Bolsonaro.

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