Fake news: virulentas como a pandemia

Demora na divulgação pode prejudicar as ações de combate, alerta a Fiocruz - Foto: Divulgação

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Desde as últimas eleições presidenciais que o brasileiro passou a conhecer o poder devastador das notícias falsas compartilhadas na internet, as chamadas fake news. Um problema sério que se tornou ainda mais devastador com a chegada da pandemia de covid-19 causada pelo coronavírus, podendo comprometer a segurança e a vida das pessoas. No início de maio uma pesquisa feita pela Avaaz, uma rede para mobilização social global através da Internet, revelou que  73% dos brasileiros acreditam em fake news sobre o coronavírus. A pesquisa foi feita virtualmente com pessoas entre 18 e 65 anos. No total, 7 em cada 10 internautas brasileiros acreditaram em pelo menos uma notícia falsa sobre a covid-19. No entanto, 80% dos entrevistados disseram que gostariam de saber sobre a veracidade das informações que recebiam.

Até agora muita mentira já se falou sobre o assunto, entre elas que os idosos que saírem de casa vão perder a aposentadoria, que caixões foram enterrados com pedras fingindo ser vítimas da covid-19 e até que o uso de cocaína protege do coronavírus. Mas em contrapartida, não faltam notícias confiáveis, produzidas com seriedade, o importante é saber onde procurar por elas. 

Entidade que norteia todas as ações de combate e prevenção à pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disponibilizou um serviço de informações sobre o novo coronavírus (covid-19) utilizando a rede social WhatsApp. Entre as mensagens divulgadas estão explicações sobre o vírus, como os sintomas e forma de transmissão. Também são fornecidas dicas de como evitar o contágio. Os brasileiros que quiserem receber as novidades devem adicionar o número 41 22 501 77 35 e enviar uma mensagem com a palavra "oi". 

No Brasil, o Ministério da Saúde disponibiliza informações por meio de um site especial, O coronavirus.saude.gov.br  reúne notícias, informações sobre prevenção, sintomas, painel epidemiológico, painel de leitos, legislação, chamadas públicas, entre outros. O site possui uma página específica que esclarece as notícias falsas. Também são retiradas dúvidas por meio do canal de atendimento ao público pelo número de telefone 136. 

No papel de liderança no fornecimento de informações públicas em saúde e designada referência para a OMS em covid-19 nas Américas, a Fiocruz disponibiliza informações imprescidíveis através do portal.fiocruz.br/observatorio-covid-19 e também nas redes sociais da fundação.

"Entendemos que a comunicação é uma parte importante da promoção da saúde, não apenas em situações de emergência. Também temos no Brasil um problema que não é novo na crise da saúde, as chamadas notícias falsas. Hoje isso está muito presente na mídia digital. Estamos cientes desse problema e, em alguns casos, eles até usam o nome da Fiocruz. Além de nossos veículos, também trabalhamos juntos e recomendamos outras fontes confiáveis para o nosso público, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)", declarou a fundação.

Ainda no Rio, a página do Governo do Estado, coronavirus.rj.gov.br, traz um painel de monitoramento, decretos, boletins, perguntas e respostas, protocolos, publicações e notícias. Voltado a estudantes e responsáveis, o website da MultiRio, empresa municipal de Multimeios da prefeitura, reúne informações sobre sintomas e prevenção e outros temas relativos ao combate ao avanço da covid-19 e ações da Prefeitura do Rio, especialmente os relacionados à comunidade escolar.

Mais informações, sobretudo locais, também podem ser encontradas no  site riocontraocorona.rio.Universidades - Além de pesquisas voltadas ao tratamento, as universidades públicas também têm produzido informações de esclarecimentos em relação ao coronavírus. A Uerj, por exemplo, lançou o www.coronavirus.uerj.br.O site reúne todas as notícias e comunicados, resgatando o histórico de ações e medidas promovidas até o momento. Fala dos procedimentos que estão sendo adotados, oferece orientações gerais sobre a covid-19, vídeos com dicas de prevenção e as artes da campanha criada  para as redes sociais, que podem ser compartilhadas. A UFRJ tem mantido o hotsite https://coronavirus.ufrj.br/ detacando informações verdadeiras e falsas, dando orientações para a sociedade e profissionais de saúde e disponibilizando áudios com diversas informações fundamentais sobre a pandemia. E ainda, a UFF está com várias ações disponíveis no site: www.uff.br/coronavirus. Além disso, a universidade sempre publica matérias em seu site oficial com pesquisas interessantes sobre o tema. 

Além das fontes citadas e dos veículos tradicionais de comunicação, a internet é um mar de informações, onde é preciso ser ainda mais criterioso em um momento como esse. Deixar a emoção um pouco de lado e agir com a razão pode ser o primeiro passo para não se abater e nem compartilhar notícias falsas, segundo Gilberto Scofield Junior, diretor de estratégias e negócios da Agência Lupa, pioneira em checagem de informações.

"Momentos de medo são combustíveis para a gente ser exposto e transmitir notícias falsas. Leia o conteúdo não apenas o título das matérias. Pesquise se o conteúdo bombástico e exclusivo está em outro lugar, além daquele que você recebeu. Lembre que imagens podem ser alteradas, ser antigas ou estarem fora do contexto. Fique atento aos áudios, que podem ter sido gravados por imitadores. Verifique a data do que está lendo ou vai compartilhar, muitas vezes o que está sendo dito já passou, terminou ou foi resolvido. Por fim, se algo for muito estranho, confira a URL, veja se é um site de confiança e verifique se o autor é um profissional sério de comunicação", ensina Scofield.