Os radares da rodovia RJ-106 começaram a ser removidos nesta terça-feira (27, mais de um mês após a medida ser anunciada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ). Os aparelhos da RJ-104, segundo um funcionário, ainda precisam de licitação para a remoção. A mudança é em cumprimento a lei estadual 7.580/17, que proíbe a instalação de pardais e lombadas eletrônicas em áreas de risco.
O DER anunciou que 16 radares de velocidade, instalados nas rodovias RJ-104 e RJ-106, seriam desativados e removidos por conta de um levantamento do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), que identificou as principais áreas de risco próximas às rodovias do Estado. Os equipamentos seriam desligados nos dias seguintes ao anúncio feito no dia 16 de julho.
De acordo com um funcionário que presta serviço ao DER, o primeiro radar a ser removido foi o do quilômetro 6,7 da RJ-106, no Rio do Ouro, em direção a Maricá. No entanto, o ponto é considerado por moradores da região como um trecho perigoso para pedestres e motoristas devido ao intenso movimento no trânsito diariamente.
Os demais aparelhos da rodovia seguem sem data para remoção. Na RJ-104, o funcionário informou que aguardam a licitação para o posicionamento dos radares em outras vias. O DER não confirmou a lista de aparelhos a serem removidos. Até o fechamento da edição, o departamento não explicou a demora no cumprimento da lei.
O deputado Dionísio Lins (PP), presidente da Comissão de Transportes da Alerj, que no mês passado enviou um ofício ao órgão solicitando a lista de radares nas rodovias do Estado, afirmou que a determinação para o cumprimento da lei de retirada dos equipamentos das áreas consideradas de risco é imediata e, por isso, não entende o motivo pelo qual eles ainda não foram retirados ou desligados.
“Vou solicitar ao vice-governador, Cláudio Castro, para que interceda junto ao DER, órgão ligado a sua pasta, que proceda a retirada dos pardais imediatamente. Não é possível que motoristas e seus familiares continuem correndo risco de serem assaltados; isso sem contar que caso optem em avançar o sinal para garantir sua segurança, ainda são multados, ou seja, são penalizados duas vezes. Isso é um absurdo. Vale lembrar que lei é para ser cumprida e não discutida”, disse.
O rodoviário aposentado Neilson Ricardo, de 66 anos, passa diariamente por ambas rodovias e já presenciou diversos arrastões. Por pouco não se tornou vítima dos criminosos. Para ele, manter os pardais é um risco.
“Entre a Alameda São Boaventura, no Fonseca, e Maricá, toda a estrada é perigosa. Os motoristas ficam no risco ao reduzir a velocidade por conta da fiscalização, inclusive já acidentes devido a arrastão”, contou.
Já a servidora pública Luciana Solano, 48, acredita que o radar protege tanto motoristas quanto pedestres que precisam atravessar a rodovia na falta de uma passarela.
Lei Estadual
A Lei 7.580/17, de autoria do deputado Dionísio Lins (PP), que proíbe a instalação de novos radares de velocidade próximos a áreas consideradas de risco, foi sancionada pelo ex-governador Luiz Fernando Pezão em 2017. O texto considera áreas de risco “aquelas cujas comunidades são mapeadas e conhecidas por serem de alto índice de violência e confronto armado em vias urbanas”.
O projeto também estabelece que o Executivo, em conjunto com os municípios, realize um estudo para retirar, de forma gradual, os radares já instalados nessas áreas, sem que a ação gere prejuízo a possíveis contratos com empresas que administrem os dispositivos.
Radares da RJ-106 começam a ser removidos
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