Fim da paz na Ponta da Areia

O bairro Ponta da Areia era conhecido por sua tranquilidade e por não ter comunidade controlada pelo tráfico de drogas - Foto: Arquivo

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A Polícia Civil investiga informações de que o assassinato do empresário Marcelo Decolores, no bairro da Ponta da Areia, Região Central de Niterói, teria ligação com um plano da facção criminosa Comando Vermelho (CV) para se instalar no Morro da Penha. Até pouco tempo, a região era uma das poucas em Niterói livre do domínio de traficantes de drogas, sendo considerada uma "ilha de segurança" na cidade.

Segundo informações recebidas pela polícia, a ordem para o crime partiu de um dos líderes do tráfico de drogas no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, que cumpre pena em uma unidade prisional. Ele teria recrutado menores de idade do Morro da Penha para a execução. Segundo testemunhas, pelo menos quatro pessoas teriam participado do assassinato.

Para a polícia, a ordem para executar o comerciante teria sido dada com o objetivo de causar pânico entre moradores da região. Tanto o Morro da Penha quanto o bairro são conhecidos por terem baixos índices de criminalidade e o assassinato de uma pessoa conhecida pela população local difundiria medo e sensação de insegurança.

Ainda segundo a polícia, os assassinos teriam sido criados na comunidade. Como não havia tráfico no local, eles deixaram a região para ingressar nas fileiras do CV em outros pontos de Niterói. Agora, estariam retornando na condição de chefes da facção subordinados à cúpula, para instalar um braço da organização criminosa no pacato bairro residencial.

A Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói, que investiga o caso, está apurando informações coletadas a partir de imagens de câmeras de segurança para confirmar a identidade dos criminosos e localizá-los.

Memória - Marcelo Conceição da Silva Alves, de 48 anos, proprietário do restaurante Decolores, conhecido point de frutos do mar na Ponta d'Areia, foi morto a tiros na madrugada do dia 4 de setembro. O crime aconteceu na Ladeira Major Rocha.

Inicialmente, a Delegacia de Homicídios tratou o caso como latrocínio (roubo seguido de morte), pois os assassinos roubaram celulares e a moto do empresário. A vítima foi morta a tiros quando curtia a noite em um bar próximo à sua casa, no Morro da Penha, em uma confraternização com amigos. O estabelecimento fica a poucos metros do Decolores.