Caso Flordelis: filho tido como biológico seria adotivo

Daniel dos Santos de Souza - Foto: Marcelo Feitosa

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Durante comparecimento à Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói nesta sexta (8), Daniel dos Santos de Souza, de 21 anos, registrado como o único filho biológico da deputada federal Flordelis (PSD/RJ) e do pastor Anderson do Carmo, foi informado que pode, na verdade, ser filho adotivo do casal. De acordo com investigações da polícia, que está apurando a morte do pastor e suspeitas de irregularidades nas adoções dos filhos do casal, o registro de nascimento dele teria sido feito de forma fraudulenta.

No documento, assinado por duas pessoas, consta que ele nasceu em casa, mas uma mulher que se apresentou à DH como verdadeira mãe biológica, contou que ele nasceu na Casa de Saúde Santa Helena, em Senador Camará, na Zona Norte do Rio. Sem ter como cuidar do bebê, ela foi apresentada ao casal por uma frequentadora da igreja de Flordelis no Rio Comprido, também na Zona Norte, onde teria entregue o filho ao casal de pastores. Desde então, não teria mais procurado ver o filho por medo de sofrer rejeição.

Em depoimento à DH, Maria Edna do Carmo, mãe do pastor, já havia dito à polícia que Daniel não era seu neto biológico. Ela afirmou aos policiais que o pastor nunca teve nenhum filho biológico. Além disso,logo após o assassinato do pastor, a suposta irmã biológica de Daniel, que vive com a suposta mãe, teria entrado em contato com ele por uma rede social para prestar condolências e revelar seu suposto grau de parentesco. Mas ele, achando que se tratava de um trote, não acreditou.

Procurada, a assessoria de imprensa de Flordelis informou que não conseguiu fazer contato com ela. Até o fechamento desta edição, Daniel não havia sido localizado pela reportagem.

Acusação de fraudes - Além de irregularidades em adoções, a polícia também investiga fraudes na Gospel & Gospel, empresa de propriedade do pastor Anderson do Carmo, que está sendo investigada por suspeita de fraude documental. A empresa atuaria na área de planos de saúde e não tinha a participação de Flordelis.

A investigação, que começou meses antes da morte de Anderson, está sendo conduzida, de forma sigilosa pela 72ª DP (Mutuá) e teve origem através de uma denúncia feita por uma empresa concorrente.

Funcionários e pessoas ligadas à Gospel & Gospel foram intimadas a prestar depoimento. Segundo a distrital, o Ministério Público (MP) está acompanhando o inquérito. (Colaboraram: Vítor D'Ávilla e Marcelo Feitosa).