Após abertura do Canal de Itaipu, banhistas temem pelo ecossistema do local

Abertura do Canal de Itaipu - Foto: Divulgação/Paulo Oberlander

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Mesmo após a abertura do Canal de Itaipu, banhistas e frequentadores temem pelo ecossistema do local. Por conta da maré baixa, segundo o ambientalista Paulo Oberlander, a renovação da água não está ocorrendo de maneira correta. Ele relata que a água da lagoa está saindo, mas água do mar não está entrando. Segundo informado por Paulo, é a primeira vez, em 40 anos, que o canal ficou totalmente assoreado.

“Não adianta ficar fazendo medidas paliativas, é preciso realizar um trabalho de dragagem no canal o quanto antes”, disse o ambientalista.

Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Prefeitura de Niterói reuniram-se, na última terça-feira (12), com o objetivo de definir uma solução técnica para o Canal de Itaipu.

De acordo com a Prefeitura de Niterói, que mantém um contrato de cogestão das lagoas com o Estado, uma retro-escavadeira auxiliou a retirada da areia do canal, e afirma que a troca de água já está sendo feita. A prefeitura declarou que a tendência é que a troca de águas entre a lagoa e o mar se equilibre novamente.

Segundo o comitê gestor de lagoas da Prefeitura, este é um processo natural de fechamento da entrada do canal. As correntes marítimas levaram para o local a areia que foi depositada na última ressaca, dois meses atrás. Aos poucos a maré se deslocou e carregou essa sedimentação para o canal. A areia está sendo retirada do canal e levada para a praia.

Desde semana passada, ações estão sendo feitas em prol do canal. No último dia 10 de novembro, cerca de 30 pessoas estiveram presentes em um mutirão que resultou na abertura de parte do Canal de Itaipu, permitindo que a água do mar chegasse até a lagoa. Porém, a medida não foi suficiente para a renovação da água.

Na terça, dia 12, a Prefeitura de Niterói disponibilizou duas máquinas para o desassoreamento do canal. Na quarta, o Executivo divulgou que tinha ocorrido a abertura total do canal entre a Lagoa de Itaipu e o mar, garantindo que estava ocorrendo a troca das águas, contribuindo para a melhoria da qualidade da água da lagoa.

Em nota, o Inea informou que deverá ser realizado estudo sobre o sistema lagunar de Niterói, que inclui o Canal de Itaipu. A finalidade é definir estratégias que possam solucionar o problema a médio e longo prazo.

Projeto - O Parque Orla de Piratininga (POP), que será lançado no próximo dia 21 pela Prefeitura de Niterói, contempla o estudo do sistema lagunar Piratininga-Itaipu. Ele vai subsidiar o futuro Plano de Gestão Ambiental, que vai traçar os procedimentos e reger as prioridades de intervenção para a despoluição e recuperação ambiental das duas lagoas. O projeto faz parte do Niterói Mais Verde, instituído em 2014, que elevou as áreas protegidas de Niterói para mais da metade do seu território. A iniciativa contará, ainda, com a instalação de equipamentos de lazer e recreação para que as pessoas possam usufruir do entorno da Lagoa de Piratininga.