Manifestações culturais preservadas no museu

Por Nathalia Lugão

Centro Cultural Cartola passa por obras de melhorias em 2020

Para os moradores da Mangueira, no Rio de Janeiro, um marco na história da comunidade pode ser apreciado de perto por todos. O Museu do Samba, nomeado em 2001 como Centro Cultural Cartola, nasceu com a missão de proteger as tradições e preservar a memória de manifestações culturais.

O Museu surgiu a partir de uma necessidade de criar espaços na valorização da cultura afro-brasileira. Atuando há 18 anos com metodologias e programas próprios dedicados à pesquisa, acervo, preservação, educação e comunicação da história social, memória, expressão artística, o legado do samba carioca e sua salvaguarda se transformou em um patrimônio imaterial.

"Como o museu se dedica com toda comunidade do samba, a nossa preocupação é de fortalecer do que chamamos de detentores, que são as pessoas que seguram as tradições do samba. Além de termos um trabalho com crianças, temos um reposicionamento de ratificar a história do samba na sociedade como referência cultura do Brasil", contou Nilcemar Cartola, fundadora e diretora executiva do Museu do Samba.

O Primeiro Centro de referência e documentação do samba e único Museu que trata desta temática é considerado a maior fonte de economia da cidade e, principalmente o maior acervo de memória social.

"Nós temos inúmeros museus tradicionais no Estado do Rio mas que tratam dos nossos colonizadores, como o Museu Imperial, o Museu da República, mas não temos um local que fale sobre o processo criativo do povo brasileiro, é onde podemos dizer que é a nossa marca diferencial. Nosso forte de trabalho além de resgate, de pesquisa, de geração de fontes primárias com projeto de depoimentos é de educação patrimonial, não só com as escolas públicas, mas com o turista, com os cariocas e todos os brasileiros", acrescentou Nilcemar Cartola.

Idealizado pelos netos de Cartola e Dona Zica, Nilcemar e Pedro Paulo Nogueira, os mesmos tem o objetivo de preservar e imortalizar a trajetória de seus velhos. Nilcemar, como neta é uma grande fonte de inspiração para a comunidade. Representando uma mulher guerreira que todos dia luta contra tudo e contra todos para provar as competências, ela abre alas na sociedade, pelo seu trabalho, para que outras meninas negras possam sonhar e serem o que quiserem.

"Eu dou continuidade a essa memória que foi criada pelo meu avô que era um compositor e uma referência nos sambas para as escolas, e eu venho dando continuidade a isso. Os prêmios que eu ganhei significa muito para mim, pois nesse conjunto de valorização do samba estamos falando da história dos negros, da cultura africana que foi renegada e passa invisível, por isso o samba passa a ser uma afirmação social", contou ela.

Obra - Uma cerimônia realizada na última quarta-feira (22) celebrou o inicio das obras de revitalização na cobertura e recuperação do sistema de drenagem das águas pluviais do Museu do Samba. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) designou aproximadamente R$1.580.000 para as obras, que estão previstas para terminar no segundo semestre deste ano.

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