Retorno dos pais

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A professora 2º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Hildegardo de Noronha, em Anchieta, na zona norte do Rio, Camila Lima, também aderiu à hashtag e faz vídeos diários para os alunos.

"Eu alterno atividades de língua portuguesa e matemática. Explico de forma devagar o conteúdo para que a criança acompanhe. No final eu coloco uma atividade para eles reproduzirem no caderno", diz. As aulas são compartilhadas também na página da escola e repassadas por mensagem para os pais, mães e responsáveis. "Eles dão um retorno muito bom. Retornam com fotos dos alunos estudando", conta.

Camila diz que sabe que nem todas as crianças têm acesso à internet e que nem todos os pais têm disponibilidade para ajudá-las. Nessa etapa, as crianças têm, em média, 7 anos de idade. "Quando as aulas voltarem vamos fazer um apanhado de tudo que foi feito. Quando retornar à sala, de repente, vamos passar os vídeos de novo para que, quem não teve a oportunidade de ver, possa assistir".

Os vídeos postados por professores com a hashtag estão sendo reunidos no Facebook na página da 6ª CRE na rede social

A professora do 1º ano do ensino fundamental Marianne Figueiredo é uma veterana das redes sociais. A página no Instagram Diário da Tia Mari tem mais de 45,4 mil seguidores. Ela leciona no Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Dr. Adelino da Palma Carlos, na Praça Seca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Desde a semana passada, ela compartilha aulas em vídeo pelo grupo de WhatsApp dos pais, mães e responsáveis. Esses vídeos ficam disponíveis também no Youtube.

"É no 1º ano [aos 6 anos de idade] que as crianças consolidam o processo de alfabetização. Compartilho vídeos relacionados a isso, áudios para os pais, com coisas que podem fazer em casa, orientando o que podem fazer com os recursos que têm", diz.

A distância é novidade não apenas para os alunos, mas para os professores. " A gente não se programou para isso, mas a gente vence a barreira da vergonha e faz como se estivesse conversando com as crianças. A minha proposta foi gravar vídeos, mas têm professores gravando áudios, outros que escrevem mensagens, cada um usa a ferramenta que pode neste momento".

A volta às aulas, segundo Marianne, vai demandar "carinho, paciência, principalmente com os alunos que não tiveram acesso ao material. A gente sabe que nem todos têm acesso a 100% do material e que talvez essa proposta não supra a necessidade que a criança vai ter para consolidar esse conteúdo". De acordo com a professora, a escola deverá, no retorno, fazer uma avaliação diagnóstica para traçar o perfil da turma e saber o que foi apreendido no tempo de suspensão das aulas presenciais.

As aulas estão suspensas no município desde o dia 16 para conter o avanço do novo coronavírus (covid-19).