Obras dos hospitais de campanha podem ser paralisadas, diz secretário

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O novo secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Fernando Ferry, disse que alguns hospitais de campanha que estão atrasados podem nem ser entregues. A declaração foi dada nesta quinta-feira (21), em entrevista à TV Globo, durante uma visita ao Hospital de Campanha do Maracanã.

De acordo com Ferry, a diminuição de casos da covid-19, somada à demora na construção, pode tornar desnecessária a entrega desses hospitais, que são voltados exclusivamente ao atendimento de pacientes com o novo coronavírus. O estado do Rio tem 578 pessoas à espera de um leito. Nesta quinta, o boletim estadual registrou 32.089 casos confirmados da covid-19 e 3.412 mortes.

Sete unidades de campanha ainda não foram inauguradas, cujas construções são de responsabilidade do Instituto de Atenção Básica e Atenção à Saúde (Iabas). Apenas os hospitais do Leblon e do Parque dos Atletas, construídos e administrados pela Rede D'Or, e o do Maracanã, a cargo do Iabas, estão em funcionamento. No entanto, todas as unidades deveriam estar funcionando desde o dia 30 de abril.

"Alguns desses hospitais podem não ser inaugurados, porque não há mais necessidade. Perdeu-se o tempo", declarou Ferry.

A inauguração dos hospitais de campanha do Estado vem passando por sucessivos adiamentos. O contrato firmado para a construção dessas unidades é de R$ 770 milhões. Desse investimento, R$ 247 milhões já foram pagos. Segundo o secretário de Saúde, se houver, realmente a suspensão das obras, o dinheiro retornaria aos cofres do Estado.

"A gente está vendo que, gradativamente, está diminuindo o número de casos (da covid-19). Isso faz parte do comportamento da epidemia. Se a gente perceber que isso realmente vai acontecer, nós não vamos mais construir esses (hospitais de campanha) que estão contratados e vamos devolver o dinheiro para o erário", explicou Ferry.

Nesta quinta-feira (21) foi divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) um novo calendário de entrega dos hospitais de campanha, após a cobrança do Tribunal de contas do Estado (TCE-RJ) sobre irregularidades nos contratos. É a quarta vez que o cronograma é alterado, o que já gerou mais de 20 dias de atraso. Agora, as datas limites para a entrega das unidades foram impostas entre os dias 27 de maio e 18 de junho.

A previsão é que no dia 27 o hospital de São Gonçalo, que recebeu um aporte de R$ 90 milhões das prefeituras de Niterói e Maricá, seja inaugurado. No dia 29 seria a vez da unidade de Nova Iguaçu; 1º de junho em Duque de Caxias; 7 de junho em Nova Friburgo; 12 de junho em Campos dos Goytacazes, e 18 de junho em Casimiro de Abreu.