Investimentos da Faperj em produção científica já somam R$30 milhões

Os testes estão sendo desenvolvidos, com apoio da unidade Embrapii-Coppe e do Sebrae - Foto: Divulgação

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Na corrida contra o tempo, cientistas fluminenses atuam em diversas frentes de pesquisa no enfrentamento à pandemia da covid-19. A produção científica conta, sobretudo, com investimentos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que já chegam a aproximadamente R$ 30 milhões. Entre as pesquisas estão a produção de testes rápidos e de ventiladores de baixo custo, melhoria de instalações de laboratórios no Rio de Janeiro e estudos clínicos em participação com instituições públicas e privadas para avaliar a gravidade e fatores de risco da doença.

A verba, que está sendo disponibilizada gradativamente, também permitiu a criação de uma solução digital: um aplicativo de monitoramento da epidemia no estado. A ferramenta, que está sendo usada pela Secretaria Estadual de Saúde, é fruto da contribuição de cientistas fluminenses, apoiados pela Faperj, em parceria com o Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino e a empresa Zoox Smart Data. O projeto de monitoramento epidemiológico que reúne tecnologia de geolocalização e metodologia para acompanhamento, em tempo real, da evolução da epidemia nos centros urbanos fornece um mapa de distribuição do vírus e dados estratégicos sobre a covid-19 para tomadas de decisão das autoridades.

 

A Faperj também investe, desde março deste ano, em projetos de combate ao novo coronavírus na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre outras instituições públicas, além de apoiar projetos inovadores de startups, micro, pequena e médias empresas.

 

Alternativa em hospitais universitários

Com verba da Faperj, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) também atua no enfrentamento da pandemia. Os cientistas da universidade têm se desdobrado para criar alternativas que possam dar conta dos casos graves da covid-19. Médicos do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) e da Policlínica Piquet Carneiro (PPC), unidades de saúde da Uerj, começaram a utilizar a Ultrassonografia de Tórax (UST) como alternativa para avaliar os casos graves que necessitam de acompanhamento mais efetivo, já que se trata de um exame mais rápido e barato, além de expor o paciente a muito menos radiação.

Laboratório para detecção do novo coronavírus

A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), em Campos dos Goytacazes, também tem contribuído para o enfrentamento da covid-19. A instituição lançou, em abril deste ano, em caráter emergencial, edital de estímulo à realização de estudos em áreas temáticas consideradas prioritárias sobre covid-19, além de dengue, zika e chikungunya.

O edital destinado a recém pós-doutores, com relativa experiência, foi elaborado para contribuir a partir da geração de resultados teóricos e práticos que sejam relevantes para a comunidade científica e atender a população em geral.

Mais recentemente, a Uenf também implantou, em parceria com a Prefeitura de Campos, um laboratório para receber amostras que auxiliem na detecção do novo coronavírus. Com uma previsão de realizar mais de 100 testes diários, o funcionamento do laboratório vai reduzir o número de exames enviados para serem processados pelo Lacen, no Rio de Janeiro, concentrando os diagnósticos da covid-19 na região Norte/ Noroeste do Estado do Rio. O laboratório implantado no Hospital Geral de Guarus (HGG) vai realizar o diagnóstico através da técnica RT-PCR. Para iniciar as atividades, foi necessária uma adequação em sua estrutura física, nos equipamentos e treinamento da equipe.

A universidade, por meio do seu laboratório de Biotecnologia e Reprodução e Melhoramento Genético Animal, realiza ainda um projeto para identificar possíveis casos de infecção por SARS-CoV-2 em animais, bem como caracterizar as variantes do vírus como guia para políticas em saúde animal e pública.