Empresários do Rio querem crédito para enfrentar efeitos da pandemia

Firjan aponta que no mês de agosto o setor industrial conseguiu criar 4.487 postos de trabalho em todo Estado do Rio - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

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Os efeitos da pandemia do novo coronavírus nos setores de comércio e serviços podem levar empresários fluminenses à busca por empréstimos em instituições financeiras ainda neste mês, segundo pesquisa do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ)

O levantamento mostrou que 38,7% dos empresários querem recorrer a algum tipo de crédito, ou seja, 4 entre 10 têm intenção de tomar recursos emprestados. Ao todo foram ouvidos 470 empresários no estado para avaliação dos impactos do isolamento social no setor.

Segundo a pesquisa, o prolongamento das restrições causadas pela covid-19 afeta a economia nacional, tendo atingido de forma severa a atividade econômica fluminense, que já estava com problemas.

O instituto quis saber porque uma parte dos empresários não pretende recorrer aos créditos, mesmo em situação difícil. O levantamento revelou que 32,3% dos entrevistados consideram que "não faz sentido" tomar dinheiro emprestado, já que não têm certeza se vão sobreviver à crise. Pelo menos 14% disseram que precisam de crédito, mas estão inadimplentes, e 10,4% precisam, mas acham que as taxas de juros são muito altas.

Cerca de 9,1% dos empresários afirmaram que necessitam dos créditos, mas que não gostam de tomar dinheiro emprestado e 7,9% veem excesso de burocracia para a tomada de empréstimo.

De todos os pesquisados, 19,5% informaram não precisar de crédito, uma vez que suas empresas estão saudáveis.

Demora

Para o diretor do instituto, João Gomes, a demora do governo federal em disponibilizar linhas de crédito acessíveis para as micro e pequenas empresas acabou por inflar o número de empresas que precisam de recursos, mas não o tomam por medo de não conseguirem sobreviver.

“Se houvesse linhas de crédito mais baratas, o risco de tomar crédito e depois não conseguir pagá-lo seria menor e, portanto, seria também menor o número de empresários que hoje não tomam recursos com medo de não sobreviver”, ressaltou.

Na visão da Fecomércio, há expectativa de que o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) do governo federal já esteja em operação nas próximas semanas, por bancos comerciais.

A Fecomércio RJ integra 59 sindicatos patronais fluminenses do setor, que reúne mais de 332 mil estabelecimentos. Eles representam 2/3 da atividade econômica do estado, ou seja, 70% dos estabelecimentos fluminenses, que geram mais de 1,7 milhão de empregos formais no total. Isso equivale a 64% dos postos de trabalho com carteira assinada no estado do Rio de Janeiro.

A federação também administra, no estado do Rio, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).