Alerj aprova mais seis projetos autorizativos relacionados à pandemia

Governo do Rio poderá comprar produtos de empreendimentos sociais durante pandemia - Foto: Divulgação

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A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta quarta-feira (24/06), seis novos projetos autorizativos relacionados à pandemia de coronavírus. Entre as medidas, está o projeto de lei 2.545/2020, que autoriza o governo a dispensar exigências para atividades econômicas de baixo ou médio risco. Os textos serão encaminhados ao governador Wilson Witzel, que terá até 15 dias úteis para sancioná-los ou vetá-los.

De acordo com o projeto, serão dispensadas da documentação as atividades desempenhadas em locais com até 200 m²; com até três andares; em local sem subsolo com uso distinto de estacionamento; que não possuam gás GLP com quantidade maior que 190 kg; que não tenham líquido inflamável acima de mil litros; que reúnam até 100 pessoas no máximo e com barulho que, fora do estabelecimento, não ultrapasse 55 decibéis.

A norma valerá até 31 de dezembro de 2021 e se aplica às empresas que forem cadastradas na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e que tenham inscrição ativa no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). As companhias também deverão recolher os impostos de acordo com as legislações vigentes. Essas empresas ainda deverão continuar cumprindo as medidas fixadas pelas autoridades sanitárias após a pandemia do novo coronavírus.

“É enorme o número de novos desempregados e de empresas que fecharam as portas em consequência da pandemia. E, se já era necessário anteriormente, torna-se imprescindível, neste momento, que o poder público promova ações que viabilizem a retomada econômica e facilite a vida daqueles que tenham coragem de investir e gerar empregos em meio a um cenário com tamanha imprevisibilidade e instabilidade”, declarou o deputado Luiz Paulo (PSDB), autor original da proposta ao lado da deputada Lucinha (PSDB).

Requisição dos meios de produção privados

A Casa também aprovou, através do projeto de lei 2.287/2020, a autorização para o governo requisitar administrativamente os meios de produção privados para fornecer materiais e confeccionar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para distribuição prioritária a profissionais de Saúde, Segurança e Assistência Social que atuam no combate à pandemia de coronavírus. Os equipamentos que poderão ser requisitados pelo Poder Executivo são: máscaras cirúrgicas, aventais hospitalares, touca cirúrgica, proteção ocular e outros equipamentos de proteção individual recomendados pelas organizações de saúde, além de matérias primas e manufaturadas para a produção destes equipamentos.

Segundo o texto, será assegurada ao proprietário a indenização posterior pelos bens e serviços requisitados pelo governo. A requisição de empresas privadas não precisará da celebração de contratos administrativos e não implicará na formação de quaisquer vínculos com a Administração Pública. Os critérios de seleção deverão ser claramente definidos e levarão em conta a capacidade de produção, bem como os princípios da impessoalidade, eficiência e economicidade, principalmente. A requisição vigorará enquanto perdurar os efeitos da situação de calamidade pública do Estado. Os valores a serem pagos a título de indenização serão fixados com base na tabela SUS e terá suas condições e requisitos definidos em atos da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Diferentemente das outras medidas, que foram aprovadas por unanimidade entre os parlamentares, este projeto de lei foi aprovado com votação nominal com 41 votos favoráveis, 14 contrários e quatro abstenções.

Convênio para realização de testes

O Legislativo também aprovou, por meio do projeto de lei 2.519/2020, a autorização para a ampliação dos convênios com laboratórios credenciados públicos, privados, filantrópicos e universitários para produção de testes do coronavírus. A coleta do material deverá ser feita em local apropriado e por profissional habilitado na área de saúde com registro atualizado em órgão de classe e os resultados positivos deverão ser repassados diretamente à Secretaria de Estado de Saúde (SES) para auxiliar na composição de estatísticas, respeitada a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei Federal 13.709/18). A medida deverá ser regulamentada pelo Executivo.

Atendimento online no Judiciário

Outra medida aprovada foi o projeto de lei 2.631/2020, que autoriza o Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ) a implementar, em todos os níveis, comarcas e varas, o atendimento telepresencial aos jurisdicionados durante a crise do coronavírus, podendo ser analisada a continuidade da medida após a pandemia. Desembargadores e juízes, além de coordenadores e gestores do Poder Judiciário, poderão indicar pelo menos um e-mail para atendimento ao Ministério Público, Defensores Públicos, advogados e colaboradores (incluindo o agendamento de videoconferências), bem como para questões administrativas internas.

A medida não contempla o encaminhamento de peças processuais e/ou expedientes para protocolo. Os atos processuais que não puderem ser praticados online poderão ser adiados, com a devida justificativa exposta nos autos. O texto ainda autoriza a proibição do aumento da carga horária de trabalho, cabendo ao magistrado responsável redistribuir tarefas caso necessário. O TJRJ regulamentará a medida, tendo que disponibilizar os e-mails de contato em seu site na internet.

Aulas remotas de educação física

O Governo do Estado poderá ainda instituir o Programa em Forma (PEF), com o objetivo de estimular, de forma remota, a educação física de alunos das escolas vinculadas à Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) e à Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). É o que autoriza o projeto de lei 2.311/2020, também aprovado nesta tarde, que valerá enquanto vigorar o estado de calamidade em decorrência da pandemia.

As aulas de educação física remotas poderão ser gravadas e disponibilizadas para retransmissão em aplicativos de comunicação e sites, dependendo da autorização dos docentes, observada a legislação sobre direito de imagem.

Campanhas para produtores rurais

Outra matéria aprovada foi o projeto de lei 2.519/2020, que autoriza o governo a implementar campanhas de educação em saúde destinadas a produtores rurais, agricultores familiares e produtores extrativistas de comunidades tradicionais durante a vigência da situação de emergência em saúde pública. A campanha poderá ser realizada através da elaboração e distribuição de cartilhas e veículos de comunicação, prioritariamente veículos de rádio e internet.

A ação poderá ser promovida através de ações integradas entre a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O governo do Estado do Rio poderá estabelecer cooperação com o Governo Federal, os municípios, universidades públicas, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e organizações da sociedade civil