Sétimo álbum de Taylor Swift

Por Sérgio Madruga

Cantora acaba de lançar disco com dezoito faixas que celebram sua nova fase pessoal e profissional

Na última sexta-feira (23), a espera pelo sétimo álbum de estúdio da cantora norte-americana Taylor Swift finalmente acabou. Celebrando os 13 anos de carreira da cantora - sendo este seu número da sorte -, "Lover" chegou às lojas e plataformas de streaming com suas 18 músicas, que incluem as já lançadas "ME!", em parceria com o cantor Brendor Urie, "You Need To Calm Down", "The Archer" e a faixa-título "Lover".

Enquanto seu antecessor, "Reputation" (2017), revelou uma Taylor reativa e reflexiva a respeito de sua imagem pública e relações, o novo álbum de Taylor explora uma visão otimista e romântica da vida. "Lover" marca a transição de uma época conturbada e tóxica na vida pública e pessoal de Swift, para o reencontro consigo mesma e com o amor. Metaforicamente falando, é como se houvesse uma tempestade muito forte, para depois o sol sair, com direito a arco-íris e tudo!

Não é novidade que Taylor faz sua arte a partir das experiências que vive. Desde seu primeiro álbum, o autointitulado "Taylor Swift" (2006), a cantora abre seus diários pessoais para o mundo poder ler e se identificar. A narrativa de contação de histórias, muito mais presente em sua época country, volta com tudo neste novo projeto, mas sem perder a sonoridade pop e divertida de seus últimos trabalhos.

Para citar alguns destaques do álbum, começamos com a faixa de abertura, "I Forgot That You Existed", deixando bem claro que Taylor seguiu em frente em relação aos dramas vividos nos últimos anos. A faixa-título e single atual, "Lover", é uma declaração de amor, podendo ser comparada facilmente a votos de casamento. Pela letra (composta por Taylor sozinha), não dá pra negar que é para o atual namorado da cantora, Joe Alwym, com quem está junto há três anos. Ela traz um ar nostálgico, com elementos sonoros country e folk, não vistos desde "Red" (2012), quarto álbum de Swift. De maneira geral, o álbum fala de amor, seja por uma pessoa, pelos seus amigos, por sua família ou por ideias. Comparando com o terceiro disco da artista, "Speak Now" (2010), que possui uma atmosfera romântica, teatral e ingênua, "Lover" apresenta uma Taylor super-romântica e otimista, porém muito mais madura e experiente. Em "False God", por exemplo, a composição cheia de referências e metáforas explora os altos e baixos de uma relação. Pode-se dizer que é a canção mais madura do disco, principalmente por sua sonoridade quase que inédita no repertório de Taylor. Outro destaque que está dando o que falar é a faixa "The Man", na qual ela fala sobre as diferenças de tratamento da mídia e da sociedade entre homens e mulheres, questionando se sua carreira e ações seriam mais respeitadas se ela fosse um homem. Inclusive, a luta contra o sexismo e outras formas de preconceito tem sido pauta na vida da artista. Na previamente lançada "You Need To Calm Down", Taylor manda um recado aos homofóbicos de plantão. O videoclipe da música, lançado no mês do orgulho LGBTQI , teve a participação de diversas estrelas da comunidade, como Todrick Hall, Ellen Degeneres, Laverne Cox, o elenco da série "Queer Eye", entre outros. Em parceria com o trio country Dixie Chicks, "Soon You Get Better" pode levar o título da faixa mais pessoal e crua do álbum. Recentemente a artista revelou que ambos os pais tiveram câncer, e agora Andrea Swift está na batalha contra a doença novamente. "Daylight" encerra o álbum com a mensagem de que "você é o que você ama". A faixa reflete perfeitamente o conceito do disco e o momento em que a artista se encontra.

"Lover" já bateu diversos recordes de vendas, assim como seus antecessores. Mas algo que os divide é o fato deste ser o primeiro disco em que Taylor é dona de todos os direitos das gravações, diferente dos seus trabalhos anteriores, que pertenciam à sua antiga gravadora e foram vendidos sem sua aprovação. Taylor planeja regravar toda a sua discografia, tornando-se assim dona de toda a obra que idealizou e realizou.

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