Mulheres celebram a história

Artistas criaram trabalhos que dialogam com o espaço - Foto: Divulgação

Entretenimento
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Em comemoração aos 105 anos do Palácio dos Correios no Centro de Niterói, e cinco anos de funcionamento do Espaço Cultural Correios, a partir deste sábado (30), nove artistas mulheres ocuparão os espaços dos Correios com a exposição "Nas águas que se escondem", a partir das 15h.

Retratando a história de Niterói, a mostra reúne obras in situ, instalações, objetos, postais e vídeos que se envolvem com a arquitetura do palácio dos Correios, com sua função originária e a história da cidade, única fundada por índios.

"A exposição busca revolver, resgatar e desvelar as histórias submersas da cidade, a arquitetura e a paisagem negligenciadas pelo olhar dos que ali transitam apressados nas rotinas dos dias", diz a curadora Marisa Flórido.

O título da exposição, "Nas águas que se escondem", é uma das possíveis traduções para o nome tupi da cidade de Niterói.

Carolina Kaastrup, Edna Kauss, Fátima Pedro, Ivani Pedrosa, Myriam Glatt, Roberta Paiva, Talita Tunala, Vanessa Rocha e Yoko Nishio são as artistas que até janeiro terão suas obras dispostas nos espaços comuns dos Correios.

Cada uma das artistas trabalha com um meio específico, de desenho à instalação, e parte de sua linguagem poética e interesse particular à maneira que usaria as acomodações do prédio.

Talita Tunala, uma das artistas da exposição, responsável pela obra "Opus Magnum", diz que seu trabalho aconteceu a partir da busca de um suporte para ser usado em uma análise psicopoética da cidade de Niterói, e, diante disso, encontrou a história da "Revolta das Barcas", que serviu de fio condutor para a obra: "Com isso pude fazer uma sobreposição entre passado e presente, entre história, evento e ficção, que estão bastante presentes em meus trabalhos", conta Talita.

Myriam Glatt, criadora da obra "Imoscapos", escolheu as colunas do hall de entrada para que, segundo ela, a efemeridade dos papelões crie um diálogo que transforma o espectador contemplativo em participativo, ao convidá-lo a circular a obra que abraça a base da coluna para poder vê-la inteira, criando uma alusão às rodas dos rituais indígenas.

"A sensação de participar da história da única cidade do Brasil fundada por um índio, o Arariboia, me faz como artista e cidadã pertencer e dar continuidade a essa história que é nossa, que traz nossas raízes de um começo longínquo, mas que ainda pulsa", declara Myriam.

O Espaço Cultural Correios Niterói fica na Av. Visconde do Rio Branco, 481, Centro de Niterói, Rio de Janeiro. Até 18 de janeiro; de segunda a sábado, das 11h às 18h. Entrada gratuita. Telefone: 2622-3200.