São Gonçalo: economia bastante diversificada

São Gonçalo - Foto: Alex Ramos

São Gonçalo 129 anos
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São tantas as atividades econômicas desenvolvidas em São Gonçalo ao longo de sua história, que nem seria possível contar tudo de uma só vez. Diversidade talvez seja a palavra que melhor define essa trajetória, cercada de grandes êxitos, muitos deles estampados com orgulho nos símbolos do seu brasão. Vitórias que não ficaram só no passado, e que servem como exemplo de força, inspirando ainda os trabalhadores de hoje, que com a mesma coragem dão continuidade a essa grande aventura.

"O primeiro ciclo da economia da cidade, no período do Descobrimento, gira em torno da exploração do Pau-Brasil. Assim que esse ciclo acaba, ele vai gradualmente dando espaço à cana-de-açúcar, que vai ser a grande produção local, mesmo que a cana da região seja da melhor qualidade possível, ainda assim, é um período importante na história de São Gonçalo, e, por isso, um dos símbolos do seu brasão", explica Luciano Campos Tardock, professor de história e membro do grupo Memória de São Gonçalo.

Em 1720, são trazidas para o Brasil mudas de café, que viria a ser maior riqueza do país desde o século XIX. O cultivo em São Gonçalo se manteve até o início do século XIX. Com o passar do tempo, os produtores de cana-de-açúcar foram "empurrando" essa produção para outras cidades, como Itaboraí e Magé. Em 1909 e 1910, a colheita de grãos como feijão e milho era intensa. Na primeira década do século XX, a cidade chegou a ser considerada pelo Ministério da Agricultura como um dos municípios com maior desenvolvimento e o cultivo da laranja foi o mais bem-sucedido. Mas a dificuldade de exportações durante a 2ª Guerra Mundial resultou no declínio deste mercado.

"O ciclo do café não vai ter a mesma importância no município como em outras cidades da região, mas ainda assim é bastante expressivo, tanto que o café também é um dos símbolos do brasão gonçalense. Posteriormente, a cidade cresceu enquanto produtora de frutas, e, segundo alguns pesquisadores, era uma produção de muito boa qualidade, sendo inclusive exportada, tanto para a Corte como para outras regiões, como Uruguai e Argentina. Dessa época, podemos citar o bairro Laranjal, que era a antiga Fazenda Laranja, propriedade muito grande, um território que incluía até o que hoje é o Jardim Catarina", destaca Luciano.

Em 1972, os bairros de Monjolos, Laranjal, Vista Alegre, Santa Isabel, Sacramento, Rio do Ouro, Maria Paula e Colubandê ainda mantinham uma produção permanente de banana, laranja, limão e manga, e outra temporária de mandioca, milho, abacaxi, tomate e cana-de-açúcar. No século 20, a produção de verduras e flores nas chácaras da cidade também era grande, e São Gonçalo chegou a ser o maior fornecedor de rosas para o Rio de Janeiro.

A pecuária teve uma contribuição pequena. Concentravam-se no 2º e no 3º distrito principalmente um rebanho bovino para produção de leite. Já a venda do pescado contribuiu amplamente para a economia da cidade, e motivou a construção, em 1916, do Mercado Público Cônego Goulart, ao lado da Estrada de Ferro Maricá, em Neves.

Na segunda metade do século 20, a cidade ganha destaque na economia regional, quando vivenciou na década de 1930 o início da construção de seu parque industrial. Nos anos 40, predominavam as cerâmicas de telhas e tijolos, em especial nos distritos de São Gonçalo (sede) e Ipiiba. Na década de 50, a cidade manteve seu lugar de destaque possuindo 70 fábricas com atividades das mais diversificadas: metalurgia, farmacêutica; produtos alimentícios, entre outros. Hoje, estão presentes importantes fábricas, e produção agrícola divide espaço com empresas de comércio e prestação de serviços.

"Por conta da proximidade com Niterói e Rio de Janeiro, a cidade também passa a ter um crescimento da produção industrial e se tornar um polo. Grandes fábricas transformam a cidade em uma potência, por um período relativamente breve, mas não menos importante, tanto que o símbolo de uma engrenagem também está presente no brasão. Esse período acaba principalmente por questões políticas, que acabam beneficiando outras regiões do estado em detrimento de São Gonçalo", conclui o professor Luciano Tardock.