Praticidade para o estilo de vida que mais cresce no Brasil

A casa própria é um dos principais objetivos do brasileiro - Foto: Divulgação

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A casa própria é um dos principais objetivos do brasileiro

Foto:Divulgação
Estilo de vida que cresce cada vez mais no Brasil, morar sozinho também é uma opção que impacta os projetos residenciais, que passam a focar muito mais na praticidade e menos na amplitude. Os imóveis compactos também são uma alternativa que viabiliza preços mais acessíveis, uma vez que o preço do metro quadrado é alto nas grandes cidades. Ideais para investidores que pensam em alugar, se engana quem pensa que esses pequenos perdem em sofisticação. Em Niterói, os compactos estão na categoria dos imóveis de luxo e localizados nos endereços mais nobres da cidade.

Mais de 10,4 milhões de pessoas moram sozinhas no Brasil, o que representa quase 15% de todos os domicílios do País. Uma pesquisa, feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), no final do primeiro semestre, analisou dados oficiais do IBGE.

Comprar um carro ou uma moto (24%), fazer uma viagem (15%) ou adquirir a casa própria (15%) são os três principais sonhos de consumo do brasileiro que vive sozinho. No geral, quatro em cada dez (42%) brasileiros que moram só vivem em residências alugadas.

Aliado a essa demanda, os imóveis compactos têm ganhado cada vez mais espaço, como estratégia das construtoras. Apesar de pequenos, possuem inúmeras funcionalidades, como se substituíssem o espaço pela praticidade e sofisticação. Em Niterói, os imóveis compactos são na grande maioria de alto padrão e estão localizados nas áreas mais nobres da cidade. Com 40 metros quadrados em média, esses imóveis são repletos de itens que garantem soluções para o estilo de vida contemporâneo das grandes cidades.

“As unidades custam hoje entre R$ 10 a R$ 15 mil o metro quadrado. Na cidade existem ofertas nesse perfil a partir de R$ 420 mil. O público em busca desse tipo de unidade varia entre os que estão começando a vida e os já com idade avançada em busca de um novo estilo de vida. Essa também é uma excelente opção para investidores, com excelente liquidez uma vez que atende a um público com forte demanda como estudantes e executivos”, revela o vice-presidente da Brasil Brokers para o Rio de Janeiro, Bruno Serpa Pinto.

Academias, piscinas com raias, bicicletas compartilhadas, serviços de limpeza, lavanderia, pé-direito mais alto e até um espaço junto à garagem que serve para, entre outras coisas, guardar uma prancha de surf estão entre os diferenciais dessas unidades inseridas em locais com grande valorização e que também por isso reduzem espaços como forma de se tornarem uma alternativa viável.

“Espaços gourmets e assessoria para decoração também fazem parte dos diferenciais desses compactos que se situam de forma a oferecer praticidade no dia a dia, seja nos grandes centros, seja em locais bucólicos, mas que contam com toda infraestrutura de comércios e serviços. É um tipo de imóvel que já faz muito sucesso em São Paulo e seguem a mesmo filosofia de otimização de espaços dos veículos náuticos. Sendo que no caso desses imóveis em Niterói a praticidade está aliada ao luxo sempre unido a soluções e diferenciais”, destaca Bruno.

De acordo com o estudo, o aumento do número de pessoas que moram sozinhas é consequência de vários fatores como transição demográfica, aumento da expectativa de vida e queda nas taxas de fecundidade. O trabalho também investigou os hábitos de vida e consumo dos brasileiros que moram só e descobriu que quase metade dessas pessoas decidiu viver sozinha por vontade própria. Sendo que, para 51% dos entrevistados, morar sozinho foi uma consequência em suas vidas.

A maioria é de solteiros (42%), mas também há indivíduos separados ou divorciados (29%) e viúvos (25%). Há ainda uma parcela de 2% dos entrevistados casados ou em união estável que vivem em casas separadas (2%). De modo geral, a média de idade observada entre as pessoas que moram sozinhas é de 52 anos, sem prevalência de gênero.

“É cada vez mais comum pessoas adquirirem seus bens sozinhas. A documentação é praticamente a mesma, seja para uma ou mais pessoas, quando o assunto é financiar imóveis. Para solteiros, ao invés da certidão de casamento é usada a certidão de nascimento. Mas é preciso levar em consideração se o imóvel também vai atender necessidades futuras, ou seja, se no futuro a pessoa pretende casar ou ter filhos. As regras do financiamento seguem da mesma forma, sempre baseada na renda fixa mensal. Inclusive, o Programa Minha Casa Minha Vida permite que uma pessoa solteira junte renda com um parente”, destaca o advogado especialista em imobiliário, Roberto Fraga.

Se o imóvel é um sonho, ficar em casa é uma das atividades mais apreciadas pelo segmento. A pesquisa também revela que as atividades de lazer preferidas das pessoas que moram sozinhas são ficar em casa assistindo a filmes ou séries (43%), ouvir música (40%) e navegar na internet (30%). Mas ainda assim, 48% acreditam que têm uma vida social ativa e 28% costumam viajar a lazer.

Interiores - A liberdade e a praticidade fazem toda diferença na hora de pensar espaços para uma só pessoa. Nessas residências, quase sempre é preciso pensar na facilidade na manutenção e, por isso, o ideal é investir em revestimentos, tecidos e materiais que permitam limpeza rápida e prática, afirma a arquiteta Patricia Pfeil.

“Além disso, esse morador pode tomar decisões de impacto. Se o apartamento tem dois quartos, ela pode transformar um deles em closet, ou ainda, abrir todos os espaços, sem limitações, reflexo direto da individualidade. Quem não compartilha o imóvel com mais ninguém e pode abrir mão de cômodos”, ressalta Pfeil.

Alguns itens valorizam os espaços compactos, fazendo com que pareçam mais amplos. “Espelhos e o uso de poucas divisórias no ambiente são as melhores opções. A cozinha americana integrada também é muito bem aceita nesses casos. Tapetes podem servir para setorizar uma sala de estar da de jantar. Um erro bem recorrente é o uso de divisórias, pois esse recurso acaba diminuindo ainda mais o espaço e criando ambientes enclausurados”, conclui a arquiteta Fernanda Uzeda.