Por Vítor d'Avila
A Polícia Civil realizou, na manhã desta terça-feira (17), novas ações de busca e apreensão na casa da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), em Niterói, e em escritórios da parlamentar no município, Rio e em Brasília. Agentes da Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói estão na residência com promotores do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) desde as primeiras horas do dia. Segundo a polícia, a deputada federal estava em casa, na região de Pendotiba, no momento da operação, que é um desdobramento da investigação que apura a morte do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada.
Os agentes verificaram quatro endereços da parlamentar: um apartamento funcional em Brasília, a casa de Flordelis em Niterói, o gabinete dela no Rio de Janeiro e um imóvel da família em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Os policiais estavam em busca de celulares, computadores, tablets e documentos relevantes que possam auxiliar as investigações.
Durante a ação em Niterói, o celular de Flordelis e um laptop, ainda sem dono divulgado, foram apreendidos. Em Brasília, o telefone de uma das netas da parlamentar, Rayanne, também foi apreendido pelos policiais, que foram coordenados pela delegada Bárbara Lomba. No Rio, a busca e apreensão aconteceu em um escritório no Centro, onde funciona o gabinete da deputada. Um chaveiro precisou ser chamado para abrir o espaço a pedido de equipe coordenada pelo delegado-auxiliar Gabriel Poiava.
De acordo com o advogado Fabiano Migueis, que presta assessoria jurídica à deputada, um computador foi apreendido no gabinete de Flordelis no Rio. Também foram apreendidos o celular da neta Lorraine, na residência em Niterói, além de tablets e mais um computador, em uma casa ligada à família, em Jacarepaguá.
Ainda segundo o advogado, essa apreensão já era prevista diante da abertura do segundo inquérito que, de acordo com ele, tem como objetivo de investigar a participação da deputada no crime. Ele ressaltou que os bens apreendidos já estavam na casa na primeira operação de busca e apreensão, mas não foram levados naquela ocasião.
Agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ligado ao Ministério Público prestaram apoio à operação contando com a presença de promotores nos locais que foram alvo. O MP, desde as primeiras semanas de investigação, tem prestado apoio à DH nas investigações.
Essa é a primeira ação desse tipo referente ao segundo inquérito que apura a morte do pastor Anderson do Carmo, esposo da parlamentar, que aconteceu no dia 16 de junho. O primeiro procedimento foi encerrado com o indiciamento de Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, e de Lucas Cézar dos Santos de Souza, filho adotivo da deputada e de Anderson, pelo crime de homicídio qualificado. Uma das peças consideradas chave para a investigação é o celular de Anderson, que, desde o dia de sua morte, jamais foi localizado.
No dia 18 de junho, dois dias após o assassinato do pastor, agentes da DH cumpriram mandado de busca e apreensão na residência da família. Durante a ação, a arma utilizada no crime foi encontrada no quarto de Flávio dos Santos. Posteriormente, a perícia confirmou que um pelo encontrado preso ao cano da pistola Bersa calibre 9mm pertencia ao acusado.
No próximo sábado (21), às 21h, também na casa da família, a Polícia Civil realizará a reprodução simulada (reconstituição) do crime. Flordelis e alguns de seus filhos, netos e noras foram intimados e deverão comparecer ao procedimento. Os réus Flávio e Lucas também foram convocados. No entanto, a defesa do primeiro afirmou com exclusividade a O FLUMINENSE que peticionará a fim de impedir sua participação.