Empresa do pastor Anderson do Carmo é investigada pela polícia

Empresa do pastor Anderson do Carmo é investigada por fraude - Foto: Reprodução

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Uma empresa de propriedade do pastor Anderson do Carmo está sendo investigada por suspeita de fraude documental. A companhia, batizada como "Gospel & Gospel", atuaria na área de planos de saúde e não tinha a participação da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), esposa do líder religioso.

A investigação, que começou meses antes da morte de Anderson, está sendo conduzida, de forma sigilosa, pela 72ª DP (Mutuá) e teve origem através de uma denúncia feita por uma empresa concorrente, que não teve seu nome revelado. Funcionários e pessoas ligadas à Gospel & Gospel foram intimadas a prestar depoimento. Segundo a distrital, o Ministério Público (MP) está acompanhando o inquérito.

Em tempo, outra investigação conduzida pela delegacia de Mutuá, do ano de 2016, que apurava supostos desvios de verbas da Prefeitura de São Gonçalo através do Instituto Flordelis de Apoio ao Menor, foi considerada inconclusiva. A equipe de investigação colheu depoimentos e não conseguiu apurar nada que fizesse pessoas serem indiciadas.

Inquérito da DH

Cinco celulares de pessoas ligadas a um ex-colega de prisão de Lucas Cézar dos Santos de Souza foram apreendidos pela Polícia Civil, em operação para cumprimento de mandado de busca e apreensão, há cerca de duas semanas, em Campo Grande. O detento teria sido o canal para que o suspeito de envolvimento no assassinato do pastor Anderson do Carmo enviasse uma carta à mãe.

Após a divulgação da carta, Lucas foi transferido para outra penitenciária, Bangu 1. Ambas ficam no Complexo Penal de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A DH está apurando a veracidade da carta. Também há a suspeita que Lucas vinha sendo coagido a mudar a versão de seu depoimento por seu irmão Flávio dos Santos Rodrigues, também indiciado pela morte do pastor. Antes da transferência, os dois estavam presos na mesma cela.

Na suposta correspondência, Lucas muda sua versão para o crime, isentando Flávio de culpa e apontando outro irmão, o vereador de São Gonçalo Wagner Pimenta (MDB), conhecido como Misael da Flordelis, como mandante do crime. O político nega as acusações.

No começo da tarde desta segunda-feira (04), uma mulher, familiar do preso que teria recebido a carta de Lucas, é esperada para prestar depoimento na DH. Todas as ações fazem parte da segunda fase do inquérito que apura a morte de Anderson do Carmo.

Audiência

A audiência de instrução do processo referente à morte do pastor terminou com a determinação de que Lucas seja levado a júri popular e seja transferido para uma unidade prisional em São Gonçalo. Quanto a Flávio, ele aguardará o depoimento de sua mãe, que é testemunha de defesa, para ter a situação definida.

Flordelis usou da prerrogativa de deputada federal para prestar seu depoimento em Brasília. O procedimento ainda não tem data definida.

Ao todo, três delegacias investigam a complexa trama familiar envolvendo a família Flordelis: a distrital de Mutuá (72ª DP) e as especializadas DH e DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente). Esta última apura irregularidades em adoções feitas pela parlamentar.

De acordo com a polícia, o assassinato de Anderson do Carmo é apenas uma parte de um caso muito mais complexo.