Deputados presos querem retomar mandatos

Por Lucas Schuenck

Quatro detidos na Operação Furna da Onça entregaram requerimento, na Alerj, para recuperar suas cadeiras na Casa Legislativa

Quatro dos cinco deputados estaduais eleitos, presos na Operação Furna da Onça e soltos após determinação do plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) entraram, nesta quinta-feira (28), com um pedido para reassumirem seus mandatos, na mesa diretora da Casa. André Correa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinicius Neskau (PTB) pretendem recuperar as cadeiras perdidas na Casa Legislativa, uma vez que a mesma decidiu pela soltura deles, mas manteve o afastamento dos mesmos de seus cargos. O quinto parlamentar na situação, Luiz Martins (PDT), não integrou a proposição.

A operação que prendeu os parlamentares eleitos foi baseada na delação de Carlos Miranda, operador financeiro do ex-governador Sérgio Cabral, e investigou a participação dos deputados em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos, além de mão de obra terceirizada no Governo do Rio. Segundo Miranda, mesadas de R$ 20 mil a R$ 100 mil eram pagas aos deputados, em troca de apoio na Casa Legislativa.

Por meio de nota, a mesa diretora da Alerj confirmou o recebimento dos requerimentos. Entretanto, a Casa considera o documento descabido, uma vez que o plenário já analisou o assunto.

"A Alerj confirma o recebimento dos requerimentos. O tema já foi objeto de deliberação em plenário pela maioria absoluta dos deputados na sessão do dia 22 de outubro, quando foi decidida a revogação da prisão cautelar com o afastamento do mandato dos parlamentares eleitos", declara a íntegra da nota.

Decisão por soltura

No dia 22 de outubro, o plenário da Alerj decidiu por 39 votos a favor e 25 contra pela soltura de André Corrêa (DEM), Luiz Martins (PDT), Marcos Vinícius Neskau (PTB), Chiquinho da Mangueira (PSC) e Marcos Abrahão (Avante). Contudo, a resolução não concedeu os mandatos de volta para os parlamentares, o que motivou a nova solicitação à mesa diretora.

A Alerj só pôde decidir sobre o futuro dos parlamentares porque a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que a competência para decidir sobre a manutenção ou não da prisão dos parlamentares seria da Casa Legislativa. 

Posse controversa

Em março deste ano, o Legislativo fluminense, em decisão inédita, permitiu que o livro de posse saísse do Palácio Tiradentes e fosse ao Complexo Penitenciário de Gericinó, para que os parlamentares, atrás das grades, tomassem posse.