Sífilis na gravidez e congênita: o que precisamos saber?

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Saúde
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O Ministério da Saúde do Brasil observou em 2018 aumento de 28,5% na taxa de detecção de sífilis em gestantes e de 16,4% na incidência de sífilis congênita, tendo em 2017 a região Sudeste contabilizado um maior número de casos. A possível explicação para esse aumento encontra-se na piora dos índices que influenciam o contexto socioeconômico atual, tais como superpopulação, urbanização e globalização que, sem dúvida, interferem na vida cotidiana das pessoas, como a falta de emprego, o difícil acesso aos serviços de saúde e a dificuldade de informação médica qualificada, promovendo a marginalização social, o que explica, em parte, do porquê a sífilis ainda continua sendo um problema de saúde pública.

Primeiro precisamos entender o que é a Sífilis

A sífilis é uma infecção causada por uma espécie de bactéria do grupo das espiroquetas, chamada Treponema Pallidum, que é transmitida através do ato sexual e por isso é chamada de Doença Sexualmente Transmissível (DST), hoje denominada Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Além da sífilis, existem outras doenças que podem ser transmitidas pelo ato sexual tais como aids, hepatite e gonorreia, entre outras.

A sífilis é transmitida principalmente por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada com a bactéria. Além disso, a sífilis pode ser transmitida para a criança, durante a gestação ou durante o parto, sendo chamado de Sífilis Congênita. De maneira menos comum, esta doença também pode ser transmitida por meio não sexual, ou seja, pelo contato de mucosas ou da pele não íntegra com secreções corporais contaminadas pela bactéria.

O que pode acontecer com uma mulher com sífilis que esteja grávida?

Além de apresentar os sinais da doença, tais como ferida ou úlcera, chamada cancro duro na região genital e anal (pênis, vulva, vagina, colo do útero, ânus, boca ou outros locais). Estas úlceras não coçam, não doem, não ardem e não apresentam secreção purulenta. Podem vir acompanhada de ínguas na virilha. manchas no corpo, , A grávida contaminada antes ou durante agravidez, pode transmitir a doença para a criança durante a gestação e o parto. Desta forma, a entre 10 e 90 dias (média 21 dias) após o contágio. Pode durar entre 2 e 6 semanas e desaparecer de forma espontânea, independentemente de tratamento.sífilis congênita é responsável por altas taxas de morbidade e mortalidade, podendo chegar a 40% a taxa de abortamento, óbito fetal e morte neonatal

As consequências desta doença quando ocorre na gravidez podem ser aborto espontaneo precoce ou tardio, parto prematuro, mal formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental, nascimento de crianças com a doença, que pode inclusive afetar vários órgãos como pele, fígado, baço, sistema nervoso central e também pode evoluir com a morte da criança..

Além disso, é importante saber que a sífilis pode apresentar períodos em que a pessoa contaminada não apresenta sintomas, chamados de períodos de latência. A maioria dos diagnósticos de sífilis nas gestantes, ocorrem nesta fase. Por isso, mesmo que a grávida não apresente sinais da doença, deve ser examinada e fazer os testes (exame de sangue) para detecção da sífilis durante o pré-natal.

Existem no Brasil muitos casos de Sífilis na gravidez e transmissão para o feto?

Sim, hoje em dia, no Brasil, ela é uma das infecções sexualmente transmissíveis que mais tem ocorrido entre homens e mulheres.

A Organização Mundial de Saúde estima que a ocorrência de sífilis complique cerca de um milhão de gestações por ano em todo o mundo, ocasionando mais de 300 mil mortes fetais e neonatais e colocando em risco de morte prematura mais de 200 mil crianças. No Brasil, nos últimos cinco anos, foi observado um aumento constante no número de casos de sífilis em gestantes, sífilis congênita e sífilis adquirida.

Existe vacina para sífilis?

Não existe vacina para prevenir a sífilis, mas existe tratamento que, aliás, é muito eficaz.

O mais importante é a mulher evitar de ser contaminada e para isto não acontecer duas medidas devem ser consideradas: 1- é preciso usar camisinha. Mesmo quem já teve sífilis e foi tratada tem que usar camisinha, porque o tratamento apesar de muito eficiente, não protege contra nova infecção. 2- é preciso que o parceiro também seja tratado. Na maioria das vezes a doença passa desapercebida no parceiro e a mulher se contamina com facilidade se não usar a camisinha.

A sífilis congênita é passível de prevenção, quando a gestante infectada por sífilis é diagnosticada e tratada adequadamente até 30 dias antes do parto.

O Ministério da Saúde preconiza a realização de exames durante o pré-natal para que a sífilis possa ser diagnosticada e tratada precocemente, e nas maternidades para que não haja alta hospitalar sem o diagnóstico.

A gestante deve fazer exame de sangue para o teste específico para sífilis chamado VDRL, em pelo menos 3 momentos da gravidez: no primeiro trimestre, no.terceiro trimestre, e no momento do parto ou também em casos de abortos. A gestante uma vez diagnosticada como portadora de sífilis deverá ser tratada adequadamente e desta forma, poderá ser evitada a Sífilis Congênita.