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Filme denuncia separações forçadas de famílias indígenas durante a ditadura militar

Por Denise Emanuele Paz Carvalho

O documentário YÕG ÃTAK: MEU PAI, KAIOWÁ estreia em 10 de julho nos cinemas com um potente retrato das cicatrizes deixadas pela ditadura militar nas famílias indígenas brasileiras. Dirigido por Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Luisa Lanna e Roberto Romero, o filme reconstrói a busca de Sueli e sua irmã Maiza pelo pai, Luiz Kaiowá, separado delas há mais de 40 anos por ações do regime.

Luiz Kaiowá, indígena guarani kaiowá, foi removido à força de seu território no Mato Grosso do Sul por agentes do antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e levado a Minas Gerais. Após constituir família com uma mulher Tikm’n (Maxakali), foi novamente removido pela Funai, perdendo o contato com as filhas. O filme denuncia como essas políticas afetaram profundamente os vínculos familiares e culturais dos povos originários.
Filmado em territórios marcados por essas memórias – como as Terras Indígenas Panambi-Lagoa Rica e a Aldeia-Escola-Floresta –, o longa é mais que um relato pessoal: é um ato de resistência e afirmação da existência indígena. “O povo Maxakali, o povo Kaiowá estão aqui”, declarou Sueli Maxakali.
Com uma estética que prioriza a escuta e o tempo dos territórios indígenas, o documentário surge como ferramenta de reparação simbólica e política.
SERVIÇO:
YÕG ÃTAK: MEU PAI, KAIOWÁ
Estreia: 10 de julho de 2025
Gênero: Documentário
Duração: 92 minutos
Direção: Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Luisa Lanna e Roberto Romero
Classificação indicativa: 12 anos
Fontes: Comissão Nacional da Verdade (CNV); Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB); produção do filme YÕG ÃTAK: MEU PAI, KAIOWÁ; depoimentos da equipe em festivais.

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