Irreverente, visceral e eterno. A partir do dia 12 de junho, o Rio de Janeiro receberá a mais abrangente exposição já realizada sobre a vida e a obra de Cazuza, um dos maiores ícones da música brasileira. A mostra imersiva “Cazuza Exagerado” ocupará um espaço de 1.200 m² no Shopping Leblon e marcará os 40 anos do álbum que lançou o cantor em carreira solo, Exagerado (1985).
Com curadoria do poeta e pesquisador Ramon Nunes Mello, direção artística da Caselúdico e realização da Hit Makers, o projeto é chancelado pela Fundação Viva Cazuza, presidida por Lucinha Araújo, mãe do artista, e que há mais de três décadas se dedica a preservar o legado artístico e humanitário do filho.
“É como abrir nosso baú mais precioso. Tudo foi guardado com o amor que só uma mãe tem. Agora, o Brasil vai poder conhecer ainda mais de perto o artista e o ser humano que ele foi”, declarou Lucinha.
A exposição apresenta nove salas cenográficas que reconstroem, com tecnologia de ponta e recursos sensoriais, os principais momentos da trajetória do cantor e compositor: da infância no Leblon à explosão com o Barão Vermelho, o salto artístico na carreira solo, sua luta pública contra a AIDS e os últimos anos de intensa produção, até sua morte precoce, em julho de 1990, aos 32 anos.
Uma obra que nunca se calou
A mostra também celebra a potência lírica e política de Cazuza, cuja poesia urbana foi capaz de unir romantismo, rebeldia e crítica social. Suas letras denunciaram hipocrisias, enfrentaram a moral conservadora dos anos 1980 e deram voz a uma juventude que ansiava por liberdade após o fim da ditadura militar.Cazuza era mais do que um cantor: foi cronista do seu tempo, questionador do sistema e provocador nato. Canções como O Tempo Não Para, Brasil, Ideologia e Codinome Beija-Flor atravessaram gerações e continuam relevantes nos debates contemporâneos sobre saúde pública, sexualidade, política e arte.
Família, memória e resistência
O trabalho incansável de Lucinha Araújo foi fundamental para manter viva a memória do filho. Pouco depois de sua morte, ela criou a Fundação Viva Cazuza, voltada à assistência de crianças e adolescentes com HIV e à promoção da cidadania e da cultura. Ao longo dos anos, Lucinha se tornou uma referência de luta contra o preconceito e pela humanização do tratamento da AIDS no Brasil.A exposição “Cazuza Exagerado” é, portanto, mais do que um passeio nostálgico: é uma afirmação do poder da arte como resistência, acolhimento e transformação. Com acervo exclusivo, o público poderá ver objetos pessoais, manuscritos originais, figurinos emblemáticos, vídeos raros e documentos históricos, que revelam a profundidade do artista por trás do mito.
Exageradamente atual
Lançado em 1985, o álbum Exagerado marcou o início da carreira solo de Cazuza após sua saída do Barão Vermelho. A faixa-título se tornou hino de uma geração, consagrando seu estilo dramático e apaixonado. Com direção musical de Ezequiel Neves e Liminha, o disco traz canções que combinam rock, poesia e intensidade emocional — marcas registradas do artista.Quarenta anos depois, a exposição presta homenagem não só ao disco, mas ao homem que, mesmo diante da morte, jamais perdeu a voz.
Serviço – Exposição “Cazuza Exagerado”
Início: 12 de junho de 2025Local: Shopping Leblon – Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – Leblon, Rio de Janeiro (RJ)
Ingressos: Disponíveis a partir de 19 de maio em cazuzaexposicao.com.br
Classificação etária: Livre
Realização: Hit Makers (Grupo 4ZERO4)
Patrocínio: Bradesco
Apoio: helloo, Shopping Leblon
Curadoria: Ramon Nunes Mello
Direção artística: Caselúdico
Chancela: Fundação Viva Cazuza
Por Gazeta Rio/Ricardo Bernardes
Exposição inédita sobre Cazuza estreia em junho no Rio e celebra os 40 anos do álbum Exagerado
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