Conheça as principais propostas de Daniel Curi, candidato da Chapa 6 na eleição do Santos

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Daniel Curi é o candidato da Chapa 6, “Santos da Virada”, na eleição marcada para 12 de dezembro. O conselheiro tem 48 anos e é advogado.
TV Gazeta e gazetaesportiva.com entrevistaram todos os candidatos do Peixe. As perguntas foram as mesmas e o vídeo pode ser assistido na integra abaixo.

Abaixo, leia as perguntas e respostas:

Quais são os principais projetos para o departamento de futebol profissional do Santos?
A intenção principal da chapa está fulcrada no resgaste da credibilidade, sem esquecer do momento delicado financeiramente. É aproveitar melhor a base, aliás da forma que Cuca faz muito bem, com total conhecimento. Uma expertise que a gente até desconhecia. Tenho a convicção que não dá para preparar projetos para o futebol profissional sem deixar de lado o aspecto financeiro. Não adianta fazer promessas de loucuras sobre contratações. É fazer mais com menos, organizar a casa, finanças, estrutura administrativa. Aí sim investir no futebol, priorizando nossa base. Na medida do possível, mesclar com jogadores experientes, contratações pontuais sem fazer loucuras.
Quais são as principais ideias para categorias de base e futebol feminino?
Me parece que a base não vinha sendo bem cuidada, até abandonada. Não dá para responsabilizar Orlando Rollo, que tenta dar upgrade na base. Trouxe Felipe Ximenes, profissional de mercado. O que me agrada na base é trazer visão apaixonada, com ídolos do passado para cuidar da base, ter olheiros. Inadmissível deixar fora Clodoaldo, Nenê, Juary, João Paulo… E investir em termos de profissionalização com o que há de melhor no mercado traremos para a gestão. Temos conversa com a Santa Casa para usar campo da Abrescas, sensacional, com uma unidade separada para Sereias da Vila, que dividem alojamento e vestiários com masculino. Dar upgrade, recontratar a rainha Marta, conversamos com pessoas próximas ao estafe. Queremos um upgrade na Vila Belmiro, Libertadores e Vila Belmiro em Santos, uma cidade referência para o futebol feminino.
Eu queria que você comentasse sobre a Vila Belmiro, projeto de arena e os centros de treinamento. Qual é o futuro do Santos em termos de estrutura?
Vila Belmiro está abandonada, situação lastimável. Candidatos foram numa visita convidados pelo presidente Rollo. É triste, inacreditável o estado. Samambaias nas paredes, vestiário do Pelé empenado. Gostei do projeto da WTorre. Se ele pontificar, me parece resolvida a estrutura da Vila Belmiro. Queremos novo terreno para CT das categorias de base, não necessariamente em Santos, pode ser em Cubatão, São Vicente ou Praia Grande, com valores menores de terreno. Grandes clubes da Europa não têm CT necessariamente perto de suas bases. Santos pode ter CT em outra cidade.
Você pode resumir sua trajetória profissional e também a experiência no próprio Santos?
Sou advogado desde 1995, comecei só na profissão, sem herdar advocacia. Eu e colega de faculdade, depois eu e meu irmão. Abrimos portinha na Rua Riachuelo. Conquistamos uma vasta clientela em 25 anos, nome sólido no mercado, com expertise principalmente em redução de passivos empresariais. Foi o que me levou a esse grupo de santistas e aceitar desafio da presidência. Conquistei sozinho um nome forte na advocacia, isso me orgulha muito. Tenho 48 anos, meu nome é tudo, não posso errar no Santos e sair mal falado do clube. Tenho quatro mandatos como conselheiro, na linha de frente em seis anos. Em 2015 fui presidente da Comissão de Inquérito, cargo espinhoso. Três anos num plenário dividido. Assunto maçante, mas foi ali que começou a guerra política entre Santos e São Paulo. Levamos a CIS por três anos. Pessoal não aguentou a pressão nesse triênio. A nossa foi até o fim, com subscrição de expulsão de conselheiro, colega de profissão meu. Demos a cara a bater. Depois da CIS, de 2018 a 2020 aceitei primeira secretaria do Conselho. Cargo espinhoso, com antipatia, cortando o tempo de fala dos conselheiros. Se antipatiza com quem fala e com o plenário. Falei que cumpriria estatuto e regimento interno. Tenho trajetória de serviços prestados ao Conselho Deliberativo.
O Santos tem uma enorme dívida e não remunera seu presidente e Comitê de Gestão. Por que o senhor é candidato? E como aliar o dia a dia do Santos com a sua profissão?
Na minha condição, particularmente, é tranquilo. Tenho advocacia consolidada desde 1995, nome forte, com profissionais que trabalham para mim. Advocacia é dinâmica, com processos digitais. Posso terminar a entrevista, revisar uma peça de um colega… Tenho imóveis alugados, que me dão certo conforto para me dedicar ao Santos. Vou escolher santistas para Comitê de Gestão que possam doar tempo para nosso clube.
Como conciliar a busca por títulos com a diminuição das dívidas? É momento de fazer algo semelhante ao Flamengo do Bandeira e focar na parte financeira?
A ideia passa bem por aí. De arrumar a casa. Mas tenho certeza inabalável, conhecendo o Santos, que arrumando a casa, com credibilidade, sustentação e salários em dia, camisa é forte, base forte, e títulos virão naturalmente. Universo conspira a favor de quem faz corretamente. Aconteceu em 2002, numa situação terrível, e campeão brasileiro com a maioria molecada. Gastou pouco e ganhou o maior campeonato do país.
Muito se fala sobre aumentar o número de sócios, mas na prática o número se mantém, há poucos benefícios para quem mora perto de Santos e praticamente nenhum para quem mora longe. O que você pensa sobre programa de sócios atual?
Programa de sócios é fraco, se limita a descontos de aquisição de materiais esportivos e ingressos. Tem que ser melhorado, usar como parâmetro o Internacional. Santos está defasado, arrecada R$ 8 ou 10 milhões por ano, Inter e Grêmio arrecadam 10 vezes mais. Tem que aperfeiçoar, com choque de gestão. Incentivar uma contrapartida maior, com ação de marketing e resgate da credibilidade. Dá para colocar em prática facilmente.
Daniel Curi com apoiadores de sua campanha (Foto: Divulgação)
O início da gestão será diferente dessa vez porque campeonatos estarão em andamento. Quais serão as prioridades no início do mandato?
Eu imagino que o presidente Rollo permitirá transição. No dia 14 estaremos aqui. E ele está permitindo um Comitê de Transição. Queremos fazer grande auditoria, uma radiografia do clube, colocar tudo na mesa. Primeira medida a ser tomada, saber quanto o Santos deve. Pretendo fazer isso na segunda quinzena de dezembro para arredondar tudo até janeiro.
Quais são suas principais ideias em relação ao marketing? Muitos resumem o departamento ao patrocínio máster vago, mas o Santos parece explorar pouco sua marca…
Resgate da credibilidade é prioridade. Santos tem complexo de inferioridade. É inadmissível. Não quero tecer críticas diretas ao Rollo num mandato plantão. Mas no caso do Robinho, a empresa colocava bonequinho na coletiva de imprensa e contrapartida era plano de odontologia. Marketing principal é parceiro, não só patrocínio. Gestão começou em janeiro de 2018 e vai terminar em dezembro de 2020 sem um patrocínio principal. Consta no nosso plano de gestão a área nobre do Parque Balneário que não é utilizada, por exemplo.
Como avalia a atual situação administrativa do Santos? Pergunto sobre Comitê de Gestão não remunerado, Conselho Deliberativo… Acredita que o clube precisa de mudanças no seu regime atual e estatuto social?
Me parece que as prioridades do Santos não são reformar estatuto. Consta no plano de gestão uma ideia, por exemplo, de que essa proibição ao presidente nos últimos três meses de mandato. Clube está com pires na mão, pode vender e precisa pedir autorização ao Conselho. Me parece inversão de valores, se presume que presidente está de má fé e quer dilapidar o clube. Quando deveria ser o contrário, boa fé e quer salvar o clube vamos assim dizer. Prioridade não é estatuto, é parar de criticar o estatuto e governar com que está em vigor, Comitê de Gestão, Conselho Fiscal e Deliberativo. Vamos governar com estatuto que está em vigor.